sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Inferno particular




Marcos Cordeiro de Andrade

Caros Colegas,

Diz a lenda que certa ocasião bateu à porta do Inferno um especial pretendente a vaga de residente. Portava  excelente carta de recomendação, que dizia:

Prezado Anjo desgarrado.

Cumprindo as formalidades de praxe, enumeramos as sete principais não virtudes do portador desta, que servem de credenciais irrefutáveis para amparar sua aceitação nesse reino:

1)      Rotineiramente usa o Santo Nome em vão;

2)      É contumaz em incitar a discórdia entre irmãos praticando xenofobia;

3)      É useiro e vezeiro em querer se apossar de coisas e ideias alheias bem sucedidas;

4)      ...

Parando por ai, Lúcifer não precisou continuar a leitura para decidir o destino do infeliz pretendente, dando por concluída a avaliação prévia. Pedindo licença ao fechar a porta, dirigiu-se ao seu jardim fumegante onde diabinhos carrancudos brincavam de pega-pega se refestelando na lava incandescente e, enchendo um cesto de amianto com brasas duradouras, voltou ao morto vivo dizendo-lhe: “Peque estas brasinhas e procure um lugar longe de mim para fazer seu inferninho particular. Você é muito perigoso e não posso correr riscos com concorrência desleal”.

O final da lenda é desconhecido.  Mas supõe-se haver dissenções também nesse segundo inferno. No entanto, precipita-se quem associar nomes aos personagens citados, pois o narrador não tem a intenção de representar pessoas ou coisas no texto divulgado. Também, se cabeças se prestarem ao uso da carapuça reconhecendo a condição infernal, que façam bom proveito dela. E procurem retomar o caminho do Bem – sem hipocrisia.

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR), 31 de outubro de 2014. www.previplano1.com.br

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Absolvição em cadeia




Marcos Cordeiro de Andrade

Caros Colegas,

 

A justiça brasileira sofreu recentemente um rude e exemplar golpe ao ter negado o pedido de extradição do cidadão Pizzolato, que “cumpria” férias nas confortáveis penitenciárias italianas. A enorme frustração advinda fez aflorar o sentimento de inveja próprio das nações de terceiro mundo em relação às de primeiríssimo. Por não poder oferecer confortáveis aposentos nas penitenciárias locais aos bandidos de alto padrão “roubatório”, de agora em diante não mais teremos êxito em pedidos da espécie. Ao menos em relação à anfitriã do nosso ilustre evadido – agora absolvido. Ele cedo poderá ser visto pela TV nas arquibancadas italianas assistindo aos jogos de vôlei de times e seleções brasileiros - patrocinados pelo Banco do Brasil.

Fazendo jus ao ditado aqui respeitado de que somente se fecha a porta depois da casa arrombada, e considerando o affair Pizzolato como caso perdido, cabe agora adotar medidas como as que buscam providências tardias. Algumas dessas medidas além de eficazes são de simples execução, para evitar que os italianos considerem os nossos “oriundi” como coitadinhos se precisarem retornar à pátria em casos idênticos.

Primeiramente, deve o Ministério da Justiça mandar construir em local aprazível (como o complexo hoteleiro da Costa do Sauípe), uma Penitenciária Federal de Conforto Máximo, para acomodar hóspedes ilustres como esse em causa. Ela deverá ser classificada pela Embratur com o rótulo de padrão cinco estrelas, ou mais, onde não poderão faltar requisitos que façam inveja aos melhores hotéis das ricas nações árabes. Para garantir reconhecimento de que oferece de fato aposentos confortabilíssimos para o nosso gosto (e dos italianos) alguns itens são imprescindíveis conter, tais como: pista de pouso que comporte acolher jatinhos executivos para possibilitar visita dos parentes próximos, amigos e políticos da “base aliada”; lavanderias de dupla finalidade - para lavar roupas e dinheiro – estas últimas na forma de casas de câmbio e loterias; sauna com profissionais competentes disponíveis 24 horas ao atendimento condigno; octógono tipo UFC para promover embates amigáveis entre hóspedes e visitantes desafetos; adega fartamente suprida de bons vinhos italianos, uísque 12 anos e da indefectível cachaça brasileira, pois nunca se sabe as preferências dos futuros degustadores - além de outros mimos.

A par disso, para evitar longos julgamentos na Justiça Italiana no caso em que meliantes evadidos do nosso solo busquem sua proteção, basta que a Polícia Federal inclua uma consulta no formulário de pedido de passaporte; “Assinale com xis a resposta certa: Caso precise ser extraditado, concorda que temos prisões do seu agrado em questões de conforto? ( ) sim ( ) não. Também, deve examinar com lupa de aumento as intenções dos que buscam essa dupla cidadania – saber o porquê querem dividir o solo pátrio com outro alhures. Ai, deve-se perscrutar os cargos exercidos, seu envolvimento com o público em geral nas diversas formas de abordagem, origens e passado dos ascendentes daquele País, etc. Isto para deletar maledicências e  detectar nomes de futuros candidatos a processos de extradição.

No entanto, no caso Pizzolato seus advogados ainda contavam com argumento perfeito para inocentá-lo das acusações de roubo que lhe pesam. Bastaria incluir nos autos do processo a alegação de que esse Cliente roubou o Banco do Brasil e que era passível de absolvição sumária se levado em conta que “ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”. Por outro lado, essa tese também seria derrotada se a esperteza dos “nossos” advogados incluísse como contra argumento o fato de que o BB pode ser beneficiado pela mesma máxima, pois rouba “velhinhos trambiqueiros”, e, mesmo assim, alguns trocados de cada vez - algo da ordem de 7,5 bilhões de reais por investida. Aí a coisa viraria contra o nosso lado. É complicado, mas faz parte da “democracia” brasileira, em que o culpado nem sempre é o mordomo, mas geralmente é quem acusa sem ter dinheiro para gastar com provas difíceis de obter.

De lamentar o reconhecimento de que isso só acontece nos judiciários inexperientes, sem registro pregresso de casos envolvendo ladroagem de grande porte. Nesse sentido, o máximo que se tem no nosso meio são episódios de pequena monta tidos como picuinhas persecutórias, abrangendo anões de orçamento, mensaleiros, fraudadores de obras insignificantes como as da construção de sedes de tribunais, de refinarias da Petrobrás, de financiamentos de eventos esportivos mundiais, e outros que tais. De salientar que nesses “julgamentos” não correram cifras rapinadas que fizessem nenhum ladrão rico. Os poucos condenados estão à mingua pedindo ajuda financeira para manter seu padrão de vida, quase semelhante ao do mais comum dos brasileiros de salário mínimo. Sobrasse experiência ao nosso Judiciário mais coisa viria à tona.

Basta dizer que o inocente Pizzolato, acusado sem provas e injustamente do roubo de cerca de 75 milhões de reais, alegou em sua defesa que não poderia ter roubado tanto dinheiro sozinho. Logo, para aprofundar a acusação, seria o caso de se supor que tem cúmplices a encontrar. E, para tanto, minimamente deveriam ser percorridos os gabinetes do BB onde se originou a acusação, para localizar seus prováveis cúmplices. Quem sabe se, em caso positivo, instalados também em ambientes correlatos, como os da PREVI e da CASSI? Elementar, meu caro Colega aposentado.

Por tudo isto, entendemos que há muito que consertar em matéria de punir ladrões de “boa posição” no nosso País, ou os que fogem daqui. Porque os de pequena expressão são achados, julgados e trancafiados em tempo recorde. E somente será possível mudança de rumos depois que perderem validade dois célebres bordões que nos ferem: Este não é um País sério, de De Gaulle. E o brasileiro não sabe votar, dito por Pelé.   

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR), 30 de outubro de 2014. www.previplano1.com.br

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Resposta de Isa Musa

 
 
 
Caros Colegas,
 
A propósito do apelo aqui feito no dia 26/10/14 (Por favor, responda Isa Musa), com incontida satisfação registramos a resposta e, em seguida, os agradecimentos pelo engajamento prometido:
 
From: Isa Musa
Sent: Monday, October 27, 2014 12:21 PM
Subject: SUA MENSAGEM
 
 
Prezado Sr. Presidente Marcos,
Recebi a mensagem e a Revista com sugestões para alterações de Estatuto PREVI.
Estou pedindo a analistas que estudem as propostas de modo a formatar um pedido, via abaixo assinado, para encaminhamento ao Deliberativo da PREVI.
Att
Isa Musa de Noronha
 
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Prezada Presidente Isa Musa de Noronha.

Boa Tarde!

Em nome da AAPPREVI, agradeço a gentileza da resposta confiante de que o assunto está em boas mãos.

Pelo histórico da sua luta na busca de correção de rumos visando melhores dias para todos os dependentes da PREVI, não é demais afirmar que acertamos no direcionamento do pleito.

Atenciosamente,

Marcos Cordeiro de Andrade
Presidente da AAPPREVI
www.aapprevi.comn.br



 
 

Ação Poupança - Ajuizada



Curitiba (PR), 27 de outubro de 2014.

COMUNICADO Nº 52 - AAPPREVI

AÇÃO POUPANÇA - PLANO VERÃO

Comunicamos que nossa AÇÃO POUPANÇA – PLANO VERÃO - foi ajuizada no dia 23/10/2014 diretamente em Brasília (DF), pelo condutor da causa, Dr. José Tadeu de Almeida Brito. Na mesma data informamos aos sócios/autores os dados dos processos em mensagens individualizadas.

Para assegurar que o pleito não fuja às mínimas garantias de sucesso tivemos o cuidado de protocolar os diversos processos na Capital Federal, pois de outro modo incorreríamos no risco de descumprir determinações do Judiciário.

Assegurando o sigilo inviolável, no comunicado ao sócio foi informado o valor dos rendimentos atualizados pleiteados no bojo do seu processo, bem como a metodologia aplicada no cálculo para se chegar ao montante registrado. Para enriquecer a Inicial foi elaborada uma planilha para cada conta de poupança, de acordo com o programa de atualização desenvolvido pela Justiça Federal do Rio Grande do Sul.

Eis o link para acompanhamento dos processos:

http://www.tjdft.jus.br/consultas

Atenciosamente,

Marcos Cordeiro de Andrade
Presidente Administrativo
www.aapprevi.com.br

 

 

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domingo, 26 de outubro de 2014

Por favor, responda Isa Musa!




 
Curitiba (PR), 25/10/2014 (02h44min).

Prezada Colega Isa Musa de Noronha,
Digníssima Presidente da FAABB.

Boa noite!

Sensibilizado e incomodado com a situação que nos atinge negativamente, enquanto dependentes da PREVI, e no entendimento de que urge adoção de imediatas medidas saneadoras envolvendo o atendimento que nos tem sido dispensado pelo Fundo, achei por bem envolver a AAPPREVI no assunto, depois de ouvidos os membros da nossa Diretoria.

Assim é que na Revista DIREITOS da AAPPREVI nº 17, inseri em Editorial um chamamento às Entidades e aos demais defensores da causa comum, notadamente a Federação sob seu comando, para que haja engajamento na criação de movimento amplo que viabilize pedido de Reforma do Estatuto da PREVI.

Agindo como porta-voz dos nossos sócios, com o pensamento voltado para a coletividade que formamos, em última análise, tomo a liberdade de recorrer aos seus préstimos de modo a dar corpo à ideia ali contida.

Esperando contar com seu inestimável apoio a esse projeto, apresento-lhe justos e sinceros agradecimentos em nome de todos os envolvidos.

http://revistadireitos.com.br/edicoes/17/FLASH/index.html

Atenciosamente,

Marcos Cordeiro de Andrade
Presidente da AAPPREVI

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

No ar - Revista DIREITOS da AAPPREVI nº 17



EDITORIAL


Curitiba (PR), 24 de outubro de 2014.

Vivenciamos um momento de mudanças, independente de envolvimentos político-partidários ou uso de meios que levem a essa conotação. Nesse sentido, a AAPPREVI, procurando viabilizar mudanças que priorizem melhorias aos aposentados e pensionistas dependentes da PREVI, passa a cuidar do assunto aliando-se ao movimento em curso na Grande Rede.

É notório que estamos diante de um insustentável quadro de penúria e descaso impostos pela PREVI, com permissibilidade incompatível com a finalidade do Fundo. No entanto, em que pese haver unanimidade no reconhecimento dessa situação, pouco pode ser feito, pois, como tudo que se tenta para modificar a realidade existente esbarra no freio em que se transformou o Estatuto, urge que se lhe façam mudanças profundas extirpando excrescências normativas prejudiciais aos associados. Pelo consenso, entendemos que para melhoria nos benefícios há necessidade de se alterar inúmeras cláusulas que impõem validação de situações anômalas, posto que estejam atreladas direta ou indiretamente à necessidade de reforma do Estatuto. Há enquadramentos a serem feitos com reflexo imediato no que se pretende e de cujo desenvolvimento depende a normalidade do atendimento. Assim é que apontamos alguns desses ajustes necessários sem prejuízo de outros de menor ou maior monta:

- minimizar o alcance nocivo da Resolução 26, enquanto o Congresso não a anule;
- exclusão do voto de minerva;
- troca de índice de reajustes por um mais favorável;
- aumento do percentual dos (das) pensionistas;
- recomposição das perdas;
- desmembramento INSS/PREVI para quem interesse;
- empréstimo simples acessível a todos;
- abertura da portabilidade bancária;
- limitação de descontos na FOPAG aos 30% determinados em Lei;
- redução dos juros da CARIM;
- impedimento do uso político na nomeação de cargos diretivos;
- banimento da subserviência aos ditames do patrocinador – além de muitas outras coisas.

Nesse sentido, portanto, vamos nos empenhar para que se intensifique a luta pela modificação do Estatuto, quaisquer que sejam os obstáculos a serem transpostos.

Inicialmente reconhecemos que há necessidade de enquadramentos regulamentares para viabilizar pedido de reforma do Estatuto, e que, para amparar o projeto, necessitamos da formação de uma ampla frente de trabalho. Nesse sentido pedimos à FAABB que se encarregue dessa parte e convoque à luta todas as Associações capitaneadas por ela atuantes no País, indistintamente. Daqui particularmente convidamos ao engajamento os Eleitos da PREVI, os Blogs específicos e os Grupos da Internet, em especial aqueles exemplarmente liderados pelos Colegas Bertoco, Cleide, Daisy e Giongo, e mais todos os que se dispuserem a defender os associados da PREVI. A esses indicamos como primeiro passo reforçar o pedido à Federação para agir em direção ao que lhe cabe, do modo como humildemente estamos solicitando. Depois, basta dar publicidade a esse primeiro ato que estará em formação a corrente cujos elos se entrelaçarão firmemente em futuro próximo. A partir dai o acompanhamento das ações da FAABB consistirão nos demais elos da corrente.

Inserindo-se no contexto, a AAPPREVI se dispõe a ajudar com empenho e com afinco por todos os meios ao seu alcance. Para tanto se coloca desde já à disposição da Federação, pois reconhecemos que sozinhos fatalmente ficaremos pelo caminho, enquanto que unidos formaremos força necessária ao desfecho compensador. Vale ressaltar que no momento urge que se afastem individualismos e que o comum da causa atinja a todos linearmente no dever de fazer – com boa vontade, bom senso e desprendimento.

Façamos então valer o mote em evidência:

É hora de mudanças na PREVI.




Marcos Cordeiro de Andrade
www.aapprevi.com.br

O Nordestino e o Governo



Marcos Cordeiro de Andrade


Nasci no início da segunda Grande Guerra, em 1939, e, ao seu término, já tinha discernimento suficiente para acompanhar seus efeitos sobre minha gente. Vivenciávamos a era Vargas, governo populista que deu início às conquistas trabalhistas no País. Por conta da origem, sei o que é ter passado por adversidades como nordestino numa época de estreitas oportunidades.

Sou natural de João Pessoa, na Paraíba, e desde muito cedo me interesso por tudo que nos diz respeito em sendo a parte sofrida do Brasil. Comecei a trabalhar com carteira assinada aos 13 anos de idade, em 1952, como office-boy no escritório da Mesbla. Antes, a partir dos sete anos, fiz um pouco de tudo que a idade me permitia fazer. De catador de sobras nos quintais, como vidro, ferro e alumínio, até entregador de carvão nas residências, passando por garoto de recados, vendedor de balas no cinema Astória com tabuleiro a tiracolo e “escrevedor de cartas” para analfabetos. E fui sobrevivendo. Depois de servir ao Exército no 15º RI saí da Mesbla com pouco mais de 19 anos, com o pomposo cargo de “correspondente” inscrito na CTPS, mas com salário mínimo, ainda. Foi quando criei asas para me dedicar a emprego mais rendoso e virar rato de biblioteca depois de inscrito em concursos públicos. Tive a sorte em ser aprovado quase que simultaneamente em quatro deles (Correios, Atendente do IAPC, Serventuário da Justiça e Banco do Brasil – este classificado em 9º lugar). Por livre vontade escolhi o BB para fazer carreira, pois via meu futuro estampado no orgulho do meu pai ao ser cumprimentado na rua, onde os amigos lhe diziam pelo sucesso do filho: “está feito na vida”.

No entanto, depois de ingressar no Banco do Brasil foi que conheci a pobreza em toda sua extensão. Servindo no interior e no sertão do Nordeste, a realidade me mostrou que a esperança da bandeja dos jovens era se transferir para o sul maravilha em busca de emprego e melhores dias, pois a indústria da seca não permitia desenvolvimento algum nesse pedaço de Brasil. Ali nem mesmo o passo para o futuro dado por Juscelino foi capaz de mandar alguma sobra, pois os coronéis, os políticos e a gulodice dos eternos beneficiários das verbas emergenciais não permitia visão desanuviada além dos limites vividos. E nada era capaz de extirpar esse cancro maligno chamado ignorância política que se arrastou até o advento da TV, Internet e grande imprensa.

Mas, por conta disso, e por fim, veio a Era Lula com promessa de mudanças profundas privilegiando as regiões mais pobres do País. Promessa feita, promessa cumprida. Todavia, e infelizmente, de um modo desastroso que mais prejudicou do que ajudou ao povo nordestino. Com protecionismo exacerbado a partidária política populista do Governo deu o peixe ao invés de ensinar a pescar. Esse desastre assistencial, com suspeitos nomes de Bolsas, foi o limiar da inconsequência abatida sobre o povo das Regiões pobres do País, que, à falta de oportunidades e ferramentas para amassar seu próprio pão, contentou-se em sobreviver à custa do Estado acumulando migalhas distribuídas mensalmente através dos órgãos assistenciais, com data certa, sem necessidade de se bater cartão ou comprovar capacidade para o trabalho remunerado. Isso foi a pá de cal jogada sobre a sepultura dos insepultos. O que fez com que até mesmo o olhar esperançoso que fitava o sul maravilha se desvanecesse, permitindo a todos se fixar no solo em que nasceram, mas rendendo subserviência ao dinheiro fácil que desacostuma o derramar de suor à custa do trabalho honroso.

Como resultado dessa inconsequência política restou a eternização do espectro do desemprego. Não pela falta deles, cujas ofertas pululam nos comércios, nas fábricas e nos canteiros de obras - na Cidade e no campo, na terra e no mar. Mas que não mais atinge o brio do nordestino que era “antes de tudo um forte”, segundo Euclides da Cunha, e que se tornou um fraco à mercê de esmolas com nomes supimpas de Bolsa Família e seus derivativos de Bolsa Escola, Bolsa Gás, Bolsa Eletricidade e mais isso e mais aquilo. O que no fundo não passa de Bolsa voto – uma espécie de cabresto eleitoreiro como no tempo dos coronéis. Mesmo assim, não é preciso acabar com as Bolsas, mas regulamentá-las com destinação aos efetivamente necessitados, deixando em paz para trabalhar honestamente todo aquele que estiver em condições de produzir riquezas para si, para sua família e para a Nação. Como sempre foi desde saudosos tempos.

Pelo que ocorre, enquanto não se puser um basta nessa política assistencialista desmedida, o nordestino não poderá retornar às verdadeiras origens usando a força da sua capacidade produtiva. Isso como no tempo em que ajudou a criar o Estado do Acre, a desbravar os seringais amazônicos, a construir São Paulo e a se tornar candango para ajudar Juscelino na construção de Brasília.

É lamentável o estado de coisas vigente no País, onde quase a metade da população se vendeu à ganância política com assistencialismo dominador. E, como o Governo atual não dá mostras de ser capaz de dar uma guinada no vetor dos seus planos, mesmo se reeleito, e se não é isso que pretende e parece não ter como tirar o pescoço do mar de lama da corrupção em que se envolveu, está na hora de reconhecer que sua política falhou principalmente em direção ao Nordeste do Brasil e, assim sendo, chegou a hora de passar o bastão a um corredor mais forte e capacitado que se proponha a continuar na corrida de obstáculos em direção à faixa de chegada, onde se lê: REDENÇÃO DE UM POVO PELO VOTO.

Marcos Cordeiro de Andrade – nordestino de nascimento e de coração.

Curitiba (PR), 24 de outubro de 2014. www.previplano1.com.br

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Maria Antonieta à brasileira



Marcos Cordeiro de Andrade

Caros Colegas.

Cada povo tem a Maria Antonieta que merece. A da França, por conta de arbitrariedades praticadas, foi guilhotinada há exatos 221 anos (16/10/1793). Lá, em época de vacas magras, a rainha recomendou equivocadamente aos súditos que comessem brioche para suprir a falta de pão. Enquanto que aqui um guru da primeira mandatária soprou-lhe aos ouvidos que mandasse o povo comer ovo, ao lhe ser anunciado haver escassez de carne no mercado.

Sorte deles que nossas guilhotinas somente se prestam para cortar papel e outros apetrechos que não pescoços humanos. Até porque, nestes atribulados dias nem mesmo se as usa para cortar dedos, o que, aliás, se fazia antes até deliberadamente, e, na ausência delas, por meio de tornos mecânicos obsoletos sem proteção adequada aos operários diligentes que com eles lidavam – isso aos que quisessem simular acidentes para os “incapacitar” para o trabalho – o que raramente ocorria. Hoje essa prática está manjada e não há recorrência, pois quem assim agia condenava o povo a sustentá-lo para o resto da vida, deixando-lhe tempo para tramar absurdos inconfessáveis contra esse mesmo povo.

Mas, voltando à tirada que escapa à compreensão dos “gourmets” tupiniquins, considera-se que, pela segunda vez na história uma pessoa anônima se faz famosa por um ato de suprema inteligência revelado ao mundo, mostrando como lidar com o ovo de maneira diferente. Tanto é que, presume-se, a cozinha do planalto, reconhecidamente como a que mais sofre com os efeitos da elevação repentina da inflação, já se desdobra no preparo e divulgação de cardápios especiais supridores da ausência da carne. Aguarda-se edição de medida provisória anunciando a boa nova. E originais pratos serão anunciados como iguarias à disposição do público alvo, depois de devidamente testados e aprovados pela dona dessa magna cozinha como substitutivos para a carne sumida. As opções são vastas: Ensopadinho de ovo com chuchu; ovo à Chateaubriand; ovo a cavalo (ovo sobre ovo); picadinho de ovo; espetinho de ovo; churrasco de ovo com asa de frango; macarronada ao molho de ovo moído; ovo assado ao forno; ovo de panela; hambúrguer de ovo; estrogonofe de ovo... E por ai vai.

Paralelamente, serão adotadas medidas de proteção às vacas (do campo) para garantir renovação dos rebanhos. Proibir o uso de sapatos de couro é uma delas, sendo permitido andar de sandálias até mesmo no Congresso. Outra recomendação visa incentivar o consumo de margarina, deixando de lado o “outro” produto de nome não recomendável por lembrar personagem atuante na atual crise. Por outro lado, as galinhas (dos aviários) estarão protegidas por força tarefa específica para garantir o suprimento de ovos.

Seguindo a linha de raciocínio simplista do planalto, fica comprovado ser desnecessário lutar por qualquer tipo de mudança, posto que, reconhecidamente, estejamos bem servidos pelas cabeças pensantes que nos regem - ao menos em relação aos cuidados com a alimentação de povo tratado como de quarto ou quinto mundo. No mais, resta-nos esperar que o suprassumo da inteligência aboletado no palácio do planalto revele outros “ovos de Colombo”. Não nos surpreendamos se seguirem a mesma fórmula mágica para resolver os problemas básicos da Nação. Como, por exemplo, eliminar o déficit da previdência mandando adicionar o vírus ebola nas vacinas obrigatórias destinadas aos velhinhos trambiqueiros do País. E se determine que os pais passem a alfabetizar os filhos em suas casas até o vestibular, transformando escolas públicas em abrigo de quarentena para aprimorar corruptos (entre uma atuação e outra), levando o governo a economizar com o não pagamento dos salários de professores da base escolar – hoje regiamente remunerados à custa do Estado, que carece de recursos já que o povo paga pouquíssimo em questão de impostos. Neste particular, comenta-se que o erário está tão pobre que nem mais consegue disponibilizar recursos aos especialistas de colarinho branco para o roubo sistemático, prática corriqueira que azeita a máquina da administração pública para deleite dos eleitores que os mantêm no poder, a despeito da inveja dos que neles não querem votar e que resmungam à toa.

Entende-se como possível que se lacrem as rodovias existentes (ou se as bombardeiem para aumentar os buracos existentes), eliminando o predatório trânsito de veículos. Essa medida resolveria dois problemas recorrentes. Fincaria o povo nos próprios terreiros gastando ali o rico dinheirinho, e as “riquezas” do país voltariam a ser transportadas por caravelas ao longo da costa (inutilizando navios movidos a combustível fóssil) e em lombo de mulas e burros (de quatro patas) pelo interior afora.  Assim se economizaria petróleo no uso interno, destinando-o à exportação para trazer divisas aos cofres públicos que têm muito a quem “suprir”.  E propiciaria justificativa à implantação de centenas de superfaturadas refinarias nos mais recônditos lugares (longe da fiscalização pública), fontes seguras de utilíssimos propinodutos já testados e aprovados.

Para a área de segurança poderiam acabar com as polícias (pacificadoras ou não), deixando ao cidadão comum o feito de encarar os bandidos à tapa, já que suas armas foram confiscadas deixando a prerrogativa do uso indiscriminado aos indefesos meliantes. Isso redundaria em economia com a extinção dos altíssimos salários pagos aos nossos defensores do dia a dia e devolveria os policiais à condição de cidadão comum para produzir alimentos básicos nos terrenos improdutivos, como parques e jardins e arenas da copa – porque as áreas cultiváveis do campo já têm como donos os movimentos próprios custeados pelo Estado. Nesse contexto somente não seriam afetadas as Forças Armadas, porque ai o buraco é mais embaixo. Vai que não entendessem as medidas de contenção de despesas em pauta e resolvessem tomar providências em benefício do povão... Afinal, paciência tem limites.

Já a questão da saúde pública seria tratada também de modo sui generis. Bastaria um decreto proibindo o povo de recorrer aos postos de saúde e hospitais públicos, que seriam fechados em definitivo sem fazer falta já que pouco ou nenhum atendimento prestam mesmo.  Em contrapartida, o Governo estimularia a rede particular a cobrar pelo atendimento ao seu bel prazer, forçando o Zé povinho a retornar ao tempo das rezas e garrafadas para curar seus males, levando à falência os fabricantes de produtos de marca deixando à disposição da ralé os indefectíveis rotulados com a Letra “G”.

Tudo colocado em prática dessa maneira adviria mais uma vantagem para todos, pois tornaria desnecessário o uso do voto nesse segundo turno. E o domingo da eleição seria destinado ao lazer com a família e os amigos. Quem sabe desfrutando de um saboroso churrasco de ovo à beira da piscina seca? Ninguém seria forçado a buscar mudanças utópicas, desnecessárias e inconvenientes, já que tudo está uma maravilha. E em time que tá ganhando não se mexe, não é mesmo?

Portanto, mudar pra quê? Pra quê mudar se dentro e fora das cadeias temos gente tarimbada, testada e carimbada, a cuidar dos nossos problemas reais?

Ou seriam fictícios?

Veremos...

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR), 16 de outubro de 2014. www.previplano1.com.br

sábado, 11 de outubro de 2014

Hora de mudança



Marcos Cordeiro de Andrade

Caros Colegas,

Por necessidade, cada um se vê frente à hora de fazer mudanças. E normalmente a decisão de fazê-las se dá em função de alguma coisa que nos atinge com profundidade. Seja pelo desconforto causado por situações, seja pela imposição de adaptação a novos tempos, o certo é que, para cada um de nós, chega o momento inadiável de se pensar em modificações visando correção de rumos.

A propósito dessas reflexões, lembro a história do meu pai, assalariado pobre e gerador de uma prole de seis filhos. Morando em casa alugada, a cada novo filho que nascia ele adaptava o orçamento à despesa em surgimento mudando-se para aluguel mais barato. Isso se tornou rotina a tal ponto que, a cada nova “barriga” da minha mãe tínhamos como certo uma mudança. E a sistemática se processou até o último rebento quando, na busca de aluguéis sucessivamente mais baratos, fomos parar na cidade vizinha, mais para o interior. Mas, no ponto de vista financeiro, as mudanças se deram para melhor, pois depois de certo tempo voltamos para a capital.

De outra feita, agora já me envolvendo diretamente, tive que fazer uma mudança drástica em minha vida. Tanto no sentido de localização física, como no modo existencial como indivíduo. Isso se deu depois de aprovado no concurso do Banco quando optei por assumir no interior aos 22 anos de idade, deixando para trás a família, os amigos e os estudos – esses somente retomados anos depois. Essa foi a mudança radical operada em minha vida pelo caráter decisório único de não poder transferi-lo a outrem, em idade ainda dependente dos pais. Mas a mudança se deu para melhor.

Mais recentemente, enquadrado na rotina pacata de aposentado pobre, vi-me diante de situação de inconformismo que me levou a pensar em mudanças. Por isso passei a questionar o enquadramento previdenciário escolhido para amparar a velhice que chegara. Tornei-me assim frequentador assíduo de blogs específicos, sempre com críticas mordazes (e pertinentes) contra o sistema da previdência complementar entregue a interesses escusos. Frequentei tanto esses espaços, briguei tanto e esperneei tanto que, para poder fazer mais e melhor, criei o meu próprio blog em 26/09/2009 (atuante até hoje com excepcional frequência e credibilidade idem – www.previplano1.com.br ). Depois disso surgiu nova imposição por mudança de rumos. Assim é que, incentivado e instado por colegas criamos uma associação para dividi-la com todos em iguais condições – a AAPPREVI, sucesso absoluto de público neste momento com 6.534 sócios cadastrados. Isso melhorou minha expectativa de vida e a de muitos outros aposentados como eu, pois a mudança se deu para melhor.

De tudo isso me fica uma lição de vida. As mudanças são necessárias, imperiosas até, por vezes. O importante é reconhecer o momento em que elas se impõem e, quando surjam as oportunidades, não deixá-las passar sem tomar a atitude de fazer o certo. Como diz o provérbio gaúcho “cavalo encilhado não passa duas vezes” – cabe a nós aproveitar a primeira passagem e agarrá-la com afinco fazendo a mudança oferecida.

E assim, com coragem e sabedoria seremos felizes. Se Deus quiser.

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR), 11 de outubro de 2014. www.previplano1.com.br

sábado, 4 de outubro de 2014

Ação Poupança - da AAPPREVI




AÇÃO POUPANÇA - PLANO VERÃO – da AAPPREVI

Curitiba (PR), 04 de outubro de 2014.

PRAZO FATAL

A AAPPREVI mantém o compromisso de ajuizar em Brasília a Ação Poupança – Plano Verão, obedecendo ao prazo de prescrição legalmente instituído. Isto se impõe porque o fato foi gerado há 25 anos e não é prudente esperar que o judiciário vá atender pedidos de retardatários para prorrogar o prazo prescricional. Por isso, a recepção de documentos se encerra no dia 15/10/14 e o ajuizamento se dará em tempo hábil.

SEM DESPESAS

Em respeito ao papel social que desenvolve como Entidade sem fins lucrativos, a AAPPREVI nada cobra dos sócios para conduzir suas ações judiciais. Tudo é pago com a contribuição mensal (de R$ 11,50) feita pela condição de filiado, e sem cobrança de custas processuais, taxas de adesão ou quaisquer outros valores – do início ao fim da demanda.

SEM CONTRATOS

Também, cultuando o princípio de confiança mútua, não exige assinatura de contratos. No caso presente, e somente aí, apenas um Termo de Adesão deve ser formalizado em cumprimento às exigências legais: ele trata da destinação, a título de honorários advocatícios, de ínfimo percentual do valor que o autor receber ao final da causa (se não receber não paga esses honorários), e posiciona a responsabilidade sobre eventual sucumbência arbitrada em caso de insucesso (improvável). Ressalte-se que a Associação nada retém para si ou para outrem.

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