quarta-feira, 30 de junho de 2010

A FAABB e o Superávit - Nota Oficial

Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil

FAABB

Belo Horizonte, 24 de junho de 2010.

Às Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil

Sr. Presidente,

Desde a apresentação do resultado do exercício PREVI de 2006, abriram-se perspectivas de distribuição do superávit a participantes e assistidos. Infelizmente, contrariando todas as medidas de bom senso e equidade, a PREVI criou alguns benefícios adicionais que atingiram grupos ínfimos do universo dos beneficiários que teriam direito a parte daquele resultado superavitário. A FAABB imediatamente acionou os órgãos de fiscalização dos Fundos de Pensão, o Ministério Público, encaminhou representação à própria PREVI alertando das consequências da criação de benefícios discriminatórios. Não obtendo resposta convincente, iniciou gestões junto ao patrocinador e à Caixa de Previdência, buscando então, a negociação para uma distribuição que contemple a todos os participantes e assistidos, mas cada um de acordo com suas peculiaridades.

Todas as Associações foram chamadas a participar de evento destinado à discussão das possibilidades de se fazer justiça com eventuais sobras da PREVI e desse evento resultou na formação de um grupo que teria assento à mesa de negociação com o Banco do Brasil, juntamente com representantes da CONTRAF CUT, da ANABB e da própria PREVI.

Como é de amplo conhecimento, as mesas de negociação foram suspensas unilateralmente pelo Banco do Brasil com o advento da Resolução 26, do Conselho de Gestão da Previdência Complementar, editada em 29.09.2008. Ato contínuo, a FAABB ingressou com MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO COM PEDIDO DE LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS, protocolado sob o n° 2008.34.00.031667-8, na 13ª Vara Federal de Brasília. No mesmo sentido e concomitantemente ao Mandado da FAABB, o Sindicato dos Bancários de Brasília obteve Liminar confirmada no agravo de instrumento nº 2008.01.00.067867-4 - TRF 1ª Região. A AAFBB e outras associações também possuem ações judiciais em curso contestando a Resolução 26.

Assim, essa FAABB considera açodada e equivocada a cobrança junto a PREVI para que promova a distribuição do superávit com base exatamente nessa Resolução 26 contestada judicialmente e até suspensa sob Liminar. Compreendemos que nossa co-irmã AFABB PR agiu instada pelos reclamos de seus associados ávidos em obter solução para suas justas reivindicações, mas reportar-se a essa Resolução 26, segue na contramão de nossas iniciativas tanto jurídicas quanto administrativas.

Temos arguido que o ordenamento legal, especialmente a LC 109/2001, concede ao Conselho de Gestão da Previdência Complementar, nos arts. 3º, 5º e 74, o poder de fiscalizar e gerir o funcionamento das entidades de previdência complementar, sejam elas abertas ou fechadas. Mas esse poder conferido pela Lei não dá a aquele Conselho a possibilidade de, ao regulamentar, exorbitar a redação da própria lei que se pretende normatizar. Afinal, regulamentar é detalhar, esmiuçar, aprofundar, mas jamais dizer o que não está dito na norma objeto de regulamentação. Isto porque, ao dispor de modo contrário àquilo que consta da norma positiva – no caso, a LC 109/2001 – o Conselho de Gestão da Previdência Complementar acaba por avocar para si atividade legislativa, privativa do Congresso Nacional.

Ademais, a autorização dada pelo CGPC, no sentido de que o Fundo de Pensão reverta valores ao seu patrocinador, além de não estar disposta na Lei Complementar 109/2001, é incompatível com a atividade cabível ao Estado na qualidade de agente regulador do sistema de previdência complementar. Temos plena convicção de que a reversão de valores de um Fundo de Pensão em favor de seu patrocinador não é uma medida que atenda aos interesses dos participantes e dos assistidos do plano de benefícios. A medida atende, única e somente, os interesses do próprio patrocinador (no caso o Banco do Brasil) e traz insegurança futura ao próprio equilíbrio do nosso plano.

Esta Federação tem feito gestões junto aos novos eleitos da PREVI para que nos receba a fim de buscarmos a melhor maneira de acertar com o Banco do Brasil a revisão do Plano de Benefícios n° 1. A “Revisão do Plano” é a única opção prevista em Lei e tal procedimento tem todas as condições necessárias e suficientes para que seja feito sem prejuízo do Fundo de Pensão, mas contemplando a todos os participantes e assistidos.

Desejo gentilmente alertar a todas as co-irmãs de que necessitamos manter a sintonia entre nós, para que nossas justas reivindicações junto à PREVI e ao Banco do Brasil não se percam em quantidade, com sugestões até contraditórias. De nossa coesão e entendimento dependerá o sucesso de nossos entreveros com o Patrocinador.

Atenciosamente,

Isa Musa de Noronha

Presidente

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Vale a pena dirigir a PREVI?

Caros Colegas.

É rendosa a ocupação de um cargo na direção da Previ. Muito mais que a nossa vã filosofia alcança.

Ser dirigente da PREVI não é apenas ocupar uma sinecura, se bem que em alguns momentos há trabalho a desempenhar, sem muito esforço e com pouco conhecimento, é verdade. Mal comparando, esse valioso elemento assemelha-se àqueles gerentes almofadinhas nomeados à custa de pistolão, que se apresentavam para tomar posse em agências do interior sem entender bulhufas do ofício. Mas se valiam das CICs e do conhecimento dos antigos funcionários da dependência para desempenhar seu papel, indevidamente conseguido. E, ao final, eram os antigos que trabalhavam por ele, com bom proveito para o patrão.

Na PREVI, além desse enfoque, há algo mais escabroso. Ser dirigente do Fundão equivale a portar um título de nobreza na Corte do nosso primeiro império. Além de pouco o que fazer há a distribuição de colocações para amigos e parentes aos cargos nababescamente remunerados que, por sua vez, direcionam a uma corrente sem fim de empregos sobrepostos às gerações futuras. Conselheiros em participadas da PREVI, com seu prestígio, têm a prerrogativa de indicar empregados nessas empresas (filhos, netos, esposas, genros, cunhados e apadrinhados outros), e, agora, vão impor a colocação dos produtos do Banco.

Outro filão do pistolão conseguido é o meio em que convive. Os dirigentes, indicados pelo Patrocinador, são medalhões com nível de diretoria no BB e os seus pares igualmente se nivelam para incursões na alta esfera da Casa. O que equivale dizer que têm cacife para interceder pelos amigos que precisem de uma mãozinha: indicação de uma terceirizada; a aprovação de um crédito emperrado burocraticamente; a transferência de um afilhado para agência de ponta; nomeação de um gerente que está por baixo na “tabela”, não importando se pretere o que está na vez; indicação de um nome do seu interesse para integrar grupo de trabalho, comissão, etc.

E tem mais. Fazem jus a viagens em rotas nacionais e internacionais integrando comitivas representativas: defesa da biodiversidade; apresentação de resultados; reuniões com conselheiros (sempre no Costa do Sauipe); encontros com governadores e políticos outros, no “interesse” do serviço; representar o Órgão em posses (Associações, governos, etc.). De se notar que essas viagens rendem milhagens cumulativas com direito aos cartões corporativos. Além do que têm ressarcimento de despesas quase que ilimitado; hospedagens cinco estrelas com direito a acompanhantes (“oficiais” ou não) e outras benesses.

Então é o caso de se perguntar. Com tantas “obrigações” e funções beneficentes sobra tempo para pensar em participantes? Ora, dirão, para que se apoquentar com um bando de insatisfeitos derrotados? Para que serve essa horda lamurienta se dentre eles poucos são capazes de eleger-se para um posto “digno” na Previ ou mesmo na Cassi?

Por último pergunto eu: esses “eleitos” se importam com o futuro?

Claro que não. Apontem-me um antigo dirigente da PREVI que viva mendigando benefícios nos Blogs da Vida e eu solenemente retiro tudo que disse acima.

Em pouco mais de dois anos como Dirigentes da PREVI eles conseguem muito além do que nós nos trinta ou mais anos que ralamos atrás de escrivaninhas do Banco do Brasil, na busca de aposentadorias dignas. Nós nada conseguimos, pois hoje imploramos por migalhas que eles nos negam. Mas eles saem com a burra cheia e com a tranqüilidade de um futuro sem percalços financeiros ou de direitos feridos. Para si e suas gerações futuras.

Por isso colegas. Chega de esperar reconhecimento do voto dado a essas figuras. Ali somos cartas fora do baralho e quem neles votou não fez um bom negócio. É perda de tempo querer que olhem para baixo e nos enxerguem como gente que dependa dos seus atos. Atos que não virão, estejam certos. A não ser que no bojo das determinantes algum benefício também os atinja. E nem nisto confio. Que benefícios que nos distingam possam lhes crescer os olhos? Eles já têm o que lhes basta, pois, antes de tudo têm a PREVI sob controle, de parceria com o Patrocinador - seu senhor absoluto.

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR) – 25/06/2010.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Isto é Brasil!

Caros Colegas.

O Nordeste sofre com as águas, mais uma vez. Lembram daquele antigo comercial do Regulador Xavier? Número 1, excesso. Número 2, escassez. Ele outrora servia para definir a situação do Nordeste em relação à água. Ali se vivia com muita água ou quase nenhuma, sempre.
Mas hoje a região sobrevive sob outra máxima, ditada pelos desgovernos que sucessivamente se aproveitam de suas verbas: Nordeste bom de voto.
Seara ideal para político politiqueiro colher muito plantando pouco. Para amealhar urnas repletas basta semear pequenas bolsas meias de sementes duvidosas: bolsa escola, bolsa família, bolsa cesta básica, bolsa gás, bolsa eletricidade.
Bolsas murchas de qualidade e desprovidas de recheio útil. É sabido que sementes não tratadas ou mal escolhidas contêm carunchos, gorgulhos e fungos. Essas bolsas mesmo despejadas em terreno fértil não podem dar bons frutos. As árvores que delas brotam não são duradouras e o que dali se colhe dura apenas uma safra.
Para o próximo plantio novas sementes podres serão distribuídas – novas bolsas serão necessárias. E o Nordeste continuará pobre e necessitado, sendo explorado pelas promessas de vida farta e água abundante.
Água abundante! Até parece que Deus quis mandar um aviso! Água abundante só vem por Seu intermédio. E Ele, fazendo um alerta aos governantes, manda bastante água para o Nordeste sofrido. Como a mostrar aos olhos dos insensíveis que a água que vem do céu é suficiente para suprir o povo. E que cabe aos desgovernos governar bem e preparar a terra para receber essa mesma água.
O Nordeste está alagado amargando uma tragédia anunciada.
Tivessem as “otoridades” se preocupado em prover o povo de meios para receber as chuvas e o sofrimento presente seria minorado. Sempre houve chuvas abundantes e sempre as haverá. Mas há que se estar preparado para recebê-las sob pena de se ter que apelar para consertos materiais pranteando vidas, cujo desaparecimento não tem como evitar.
Todavia, há um consolo terreno. O Governo que serve ao Nordeste é rico e por certo reparará os danos havidos. Ele já determinou que o FGTS dos atingidos seja liberado para ajudar em suas despesas. Servirá para reconstruir casas e adquirir bens perdidos. Lamentavelmente não servirá para trazer de volta as vidas ceifadas, paciência, isto nem Deus faz. Quem Ele leva guarda para si.
Essa é a medida acertada para o Governo e lhe cabe como uma luva para acobertar o desvio de verbas e suas atitudes eleitoreiras, mesmo quando faz cortesia com o chapéu alheio.
Mas, será que somente isto basta?
Enquanto manda para outro continente uma delegação de atletas tratados como deuses do Olimpo, gastando com eles fortunas incalculáveis para garantir seus feitos, destina aos flagelados o seu próprio dinheiro. Mas os feitos heróicos que ele subvenciona servirão para embalar a campanha política em andamento. Feitos que terão prêmios de míseros milhões de reais (dizem que um milhão para cada componente da delegação). Feitos que servirão para dar suporte publicitário a outras aventuras esportistas que, também, consumirão milhões desviados da verdadeira necessidade: o povo carente de obras públicas.
Isto não tem justificativas. Enquanto manda dez bilhões de dólares para cada povo atingido por calamidades no exterior e enquanto doa outros dez bilhões à ONU para mostrar ao mundo que somos um país RICO, esquece os filhos da pátria que sucumbem sob o descaso burocrático, cego pela desmedida ânsia de poder.
Mas nem tudo está perdido. Esse governo tem atitudes “louváveis” para distribuir recursos aos atingidos por mais esta calamidade.
No entanto começou distribuindo mal, como sempre. Começou liberando o FGTS dos próprios atingidos, enganando-os com essa atitude mesquinha. Pois este fundo não pertence ao governo, nem foi gerado por ele. Pertence aos trabalhadores que contribuíram com parte dos seus salários retirados por patrões obrigados pelas autoridades que, agora, não hesitam em liberá-lo para pagar as contas do próprio governo, em mais uma atitude eleitoreira.
Antecipem-se. Ajudem os nordestinos com donativos, roupas, medicamentos, mantimentos e orações.
Façamos isto voluntariamente, como é da nossa índole, porque logo o governo virá com suas campanhas publicitárias convocando o povo para o cumprimento de suas obrigações cívicas nesse sentido.
Mostremos que não precisamos da sua “ajuda” para isto, pois somos um povo cristão, que ama o próximo como se fora a si mesmo. E cuidemos em salvar o Nordeste dessa outra calamidade – o governo que o explora. E Deus será por todos.

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba – 21/06/2010.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Velhice espoliada

Caros Colegas.

Desrespeito generalizado. Ou a matança dos velhinhos?

Do jeito que a coisa vai, logo, logo estarão aplicando vírus letais para acabar com a raça dos idosos, como se fora uma vacina para curar gripe. Algo como se suspeita tenham feito na guerra do Vietnã para encurtar o fim da contenda, ou com fins mais escabrosos. Lá como cá, o tiro sai pela culatra. Genocídios acontecem, mas a humanidade os repudia, sempre! E moços tornar-se-ão idosos, ou eles acreditam que não? Talvez nem queiram chegar lá por saber o que os espera das suas tramas. Maus tratos e violência domiciliares são quase rotineiros contra idosos na atualidade. Genocídios acontecem, repito, mas os responsáveis acabam sempre no banco dos réus, condenados com severas penas.

É consenso descartar velhos parentes como trastes encostados no porão ou no sótão, para consulta nas buscas por relíquias recicláveis de passados úteis.

Os asilos de idosos, maquiados sob falsas designações - Lar do idoso, abrigo da terceira idade, retiro, etc. - é destino certo para quem é tido como dispendioso e imprestável obstáculo, somente não eliminado sumariamente pelo temor da cadeia. Mesmo assim muitos são assassinados sob os serviços de “cuidadores” juramentados, preparados para o ofício e, também, inimigos da “terceira idade” - que eu chamo de última.

Os próprios parentes, filhos e netos muitas vezes, os condenam à morte lenta e sofrida ao guardá-los nessas câmaras de tortura, quando não os matam aos poucos em suas próprias casas, sob constantes ataques verbais, psicológicos e físicos – perpetrados por si ou abaixo de suas vistas, por via de terceiros com quem convivem.

Como prevenção segura, costumo dizer aos velhos colegas que seu futuro é a sua conta bancária. Seu pé de meia o seu nome e os seus bens lhes servirão de moeda de barganha enquanto mantiverem o domínio sobre eles.

Para garantir uma velhice tranqüila há que se merecer o respeito pelo tamanho da conta bancária. Seu ocaso da existência será tão tranqüilo quanto maior for o seu bolso e o que ele contenha, desde que mantido longe do alcance de prestidigitadores. Filhas e filhos casar-se-ão um dia. E os seus companheiros nem sempre guardarão escrúpulos em alijá-los quando se sentirem necessitados de lançar mão dos bens de família. E farão a cabeça desses filhos, filhas e netos. Confiem nos seus filhos, pois eles são sua imagem e semelhança, mas desconfiem dos outros. Os que a eles se juntam podem querer virar suas cabeças. Filhas e filhos são confiáveis, mas, guardadas as exceções, genros e noras nem sempre o são, até porque não são nossos parentes.

Também, atentem para manter a independência na manutenção. Se caírem sob o jugo do Estado ou de Entidades assistenciais privadas estarão fadados à condição de penúria. Cuidem-se, portanto, pois de todas as ameaças que pairam sobre os idosos a maior vem do Governo, ou do seu descaso, com sua política assistencial obsoleta mantida como se fora favor destinar míseros recursos para programas de manutenção. Os maus tratos impostos aos idosos estão presentes na esfera governamental ou fiscalizada por ela como uma constante maligna. Isto ocorre nos planos de previdência que alimentaram com seus recursos como participantes e hoje são roubados abertamente; acontece na rede pública de saúde onde têm de enfrentar filas desde a madrugada para conseguir senhas de atendimento duvidoso; na sujeição aos caríssimos planos de saúde; nas campanhas de vacinação em ambientes públicos, distantes de suas residências; na carestia permitida para aquisição de medicamentos com sucessivos e abusivos aumentos; na dificuldade imposta para utilização dos transportes públicos onde ridículos passes são distribuídos em cumprimento às leis eleitoreiras, mas cujo exercício do direito é limitado ao bel prazer das empresas monopolizadoras desses serviços.

Lamentavelmente tudo isto continuará acontecendo até o dia da conscientização em massa. Dia que certamente virá. Chegará o momento em que os idosos do país acordarão para o potencial da sua força oculta: o seu voto. Esse voto que representa expressiva parcela que elege dirigentes, bons e maus administradores. Entre os idosos essa força oculta é imensurável.

É tão grande o número de idosos em nosso meio que seus votos seriam suficientes para promover assustadoras mudanças em benefício próprio e do povo que os cerca. E com isto resgatariam a dignidade usurpada e o respeito perdido. Seus cabelos brancos voltariam a ser respeitados pelo conjunto que representam.

Tamanha a quantidade, juntássemos em pequenas nuvens as madeixas brancas dos aposentados e pensionistas, cobriríamos o Brasil com um imenso manto de delicados e sedosos cirrus. E viveríamos felizes para sempre.

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR) – 16/06/2010.

Conheçam mais sobre o assunto: acesse aqui.

sábado, 12 de junho de 2010

O Superávit e a AAPPREVI

Caros Colegas.

Muito embora não nos saltem aos olhos motivos para duvidar dos números da PREVI, devemos ter o cuidado de questionar suas origens posto que instituídas, sempre, para satisfazer propósitos não manifestos, mas de fácil alcance, principalmente em benefício do patrocinador. Este, movido pelo interesse em aumentar seus ganhos e lucros subseqüentes, não se furta em fazer uso do seu poder manipulador na Direção do Fundo. Assim sendo, vale-se de recursos condenáveis para atingir suas metas danosas ao patrimônio formado, reconhecidamente resultado da poupança gerada com finalidade única – garantir benefícios aos participantes, ao amparo da Lei.

Nesse entendimento, os números da PREVI não podem ser apresentados como verdades absolutas, visto que as mudanças de critérios havidas para desvirtuar seu emprego ocorreram, todas, ao sabor do interesse do patrocinador, calcado em alterações tendenciosas (Estatutos, Parcela Previ, Tábua de Mortalidade, bases de cálculos flutuantes para concessão de benefícios, IGP-DI por INPC etc.).

Vale ressaltar que, para imprimir cunho de lisura, tudo isto foi feito contando com o beneplácito dos próprios participantes, enganados pelo modo mal intencionado no convencimento direcionado à aprovação. Isto quando consultados, sem sopesar aqui as modificações processadas à sombra de subterfúgios e argumentos questionáveis, sem consulta prévia.

Também é necessário o cuidado em detectar a Propaganda Enganosa praticada em vários sentidos, como alardear superioridade do percentual cumulativo dos seus reajustes sobre os do INSS, pois no quadro informativo, ano a ano, foram suprimidos os exercícios com índice nulo (1995 e 1996 com zero da PREVI, contra + 42,85% e +15% do INSS, respectivamente).

A persistir o critério (INPC, no Fundo, contra INPC + 0,5% do PIB dos últimos 2 anos, no INSS), cedo estaremos recebendo menos que o benefício do INSS (para aqueles que estão acima, e os que estão abaixo serão rebaixados mais ainda).

Todo ano, por esta época, pessoas e Entidades surgem ávidas com a divulgação de propostas para embasar a distribuição do Superávit da PREVI, com o saudável intuito de colaborar na equidade dos critérios – acredita-se.

Todavia, nem sempre os argumentos apresentados clareiam os entendimentos, de vez que são postos isoladamente, e sobre os números “oficiais”, quando o ideal seria resumi-los e, numa condensação conceitual culminar com proposta única, a ser apresentada pela Entidade que reúne as Associações de Aposentados e Pensionistas espalhadas pelo país – FAABB.

Ainda mais porque ela é a única a reunir credibilidade representativa junto às partes envolvidas, do nosso lado e por consenso – BB/PREVI/Participantes - tendo do lado oposto a Contraf-CUT, menina dos olhos do patrocinador, que a ele serve empurrada pelo Governo.

Por isso mesmo, a AAPPREVI, em seu primeiro ano de vida e pelo seu corpo Diretivo, resolveu inserir-se na discussão e apresentar motivos e razões para concordar ou discordar do conteúdo das propostas conhecidas – e deste modo apresentar a sua também. Para tanto foi sugerido o nome de José Gilvan Pereira Rebouças, economista e colega aposentado, no gozo de suas funções de Vice Presidente Financeiro da AAPPREVI.

Aceita a incumbência, e com os estudos em andamento, oportunamente apresentaremos aqui e lá fora os dados coletados, arregimentados num trabalho criterioso e desapaixonado desenvolvido pelo autor, nosso digno representante na Direção da Associação.

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR) – 12/06/2010.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ambiente saturado!

Ambiente saturado

Caros Colegas.

Ao ingressar no Banco, em 1962, recém saído do ambiente escolar, dei por falta das rodas de conversas compartilhadas com colegas sonhadores, iniciados intelectuais que discutiam Proust, Balzac, Maquiavel, Marx, Gilberto Freire, Euclides da Cunha, Machado de Assis...

A falta se tornou mais marcante porque ingressava em nova roda de amigos onde os autores da miscelânea sediada nas mentes estudantis, deixados para trás, eram substituídos por erudição diferente em termos de cultura: Julio Cunha, Fernando Vigué Loureiro e outros próprios de concursos. O que também delimitava nossos assuntos direcionando-os aos temas bancários – uma chatice.

Por isso incentivei a fundação da primeira de duas AABBs do meu currículo. Mas isto em nada contribuiu para voltar ao aconchego dos livros, dos sonhados conhecimentos ideais. O clubinho era uma extensão do ambiente de trabalho, ali também se respirava BB.

Tempos depois, em outra cidade, repeti o erro e fundei a outra AABB onde se confirmou a experiência. Era sair do Banco, encerrado o expediente, e rumar para a “sede”. Se não bastasse cumprir essa rotina, nos finais de semana na Capital repetia a dose, e lá ia eu para a AABB encontrar os colegas do interior misturados com os de João Pessoa, novos aliados na arte de jogar conversa fora. Isto me alienou a tal ponto que o meu pai, velho companheiro de bom bate-papo, me alertou para a mudança sem futuro: largara o diálogo produtivo em troca de um carimbo que imprimia apagadas palavras repetidas, onde se lia, sempre, Banco do Brasil.

Ao aposentar, dei graças a Deus por poder afastar-me desse ambiente. E não perdi muita coisa porque amigos nos acompanham até em pensamentos.

Mas hoje, voltando a me envolver com colegas, todos aposentados ou pensionistas, me entristeço por vê-los acorrentados a esse ambiente “aabebeano”, que aliena e restringe a parceria com pessoas que respiram outros ares. Ali os assuntos giram sempre em torno das mesmas questões, das mesmas saudades e das mesmas revoltas – com o BB presente.

O pior de tudo é que esse mundinho aos acompanha para onde se vá, principalmente para o convívio familiar. Mas é bom notar que na idade em que vivemos nossos companheiros em família são diversificados. Os filhos já não nos idolatram pelo passado funcional – nos querem como exemplos, mas cujos assuntos estão fora do seu interesse. Também os netos, adolescentes com outra linguagem, não dão a mínima para as conversas que começam dizendo “no meu tempo” era assim ou assado. Gostam de coisas que enalteçam a vida e não chamamentos para a morte. Eles querem atualidades, sem desrespeitar nosso passado. Além do que, os amigos e namorados que trazem à nossa casa são da mesma estirpe – de um particularíssimo mundo deles. E assim perdemos platéia. Por isso mesmo, muitos de nós voltamos às AABBs para uma alienação mais completa e não menos condenável.

No entanto, nunca é tarde para recomeçar, ou mudar. Ou se livrar do que não nos serve e prejudica a parceria familiar. E a aceitação pelos outros.
Há muito que se ver lá fora. Há grupos da terceira idade, e de todas as idades, repletos de mentes diferentes e amplas por conhecerem a diversidade do mundo. Gente que viaja em excursões ou fora delas, gente que lê que dança e que ri. Gente que visita teatros, museus, galerias de arte. Gente que freqüenta ambientes para se divertir e viver melhor. Gente que não fala de si somente, nem de mazelas e frustrações. Gente que não tem patrão, nem ex-patrões porque estes foram substituídos pelo sentimento de liberdade. Gente com quem dá prazer conversar e trocar conhecimentos. Gente que não se contenta em freqüentar sempre os mesmos lugares à volta de uma mesa degustando bebidas: seja álcool, suco ou água mineral. Mesas assediadas por penetras maçantes: bancários sindicalistas ou sindicalistas bancários – espécimes diferenciados apenas pelo modo de auferir ganhos; salários ou retiradas, soldos ou propinas.

Devemos procurar pessoas que evitam essas rodas de bar, esse inconveniente e nocivo ambiente, pois elas existem.

Vamos lá, Gente. Mudemos essa rotina enfadonha. Não há porque se preocupar com os amigos, pois eles nos farão companhia se são fiéis e verdadeiros. E agradecerão por trazê-los de volta à Vida!

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR) – 08/06/2010.

domingo, 6 de junho de 2010

Com licença da má palavra!

Caros Colegas.

Todo aposentado do Banco conviveu no ambiente de trabalho com um colega especial. E este privilégio foi deixado aos da ativa como se fora uma herança maldita, involuntariamente legada.

O funcionário aqui tratado como especial é deveras diferente dos demais pelas particularidades que carrega; seja pelo comportamento funcional, pela aparência de bom moço, pela solicitude em apresentar “dicas” de como lidar com o patrão, pelo companheirismo que imprime no relacionamento externo, etc.

Ele é o elemento raramente presente no ambiente de trabalho porque está sempre à disposição de algum Órgão onde aparece como figura de proa nas listas de convocação “aleatória”: Tribunal do Júri, Tribunal Eleitoral, Justiça do Trabalho, Sindicato. Quando não é assim ocupa-se em organizar passeios, festas e comemorações nas AABBs, churrascos, gincanas, rifas, bingos – arrecadando “fundos” para custear essas atividades. Em tudo é bem sucedido e aceito por ser cativante, bom jogador de sinuca, exímio churrasqueiro, bom papo, bom conselheiro, bom parceiro no ócio.

Nas campanhas salariais trabalha feito desgraçado para organizar piquetes, colar cartazes, empunhar megafones e tudo fazendo para punir o “patrão explorador” do “cumpanhêro”. Aliás, esta é a única época em que trabalha. Porque o resto do tempo está à toa para desespero dos administradores e constrangimento dos funcionários da dependência em que está lotado, quando não desempenha atividades condenadas pelo vínculo empregatício.

Ele é avesso ao trabalho e tudo faz para fugir ao cumprimento de tarefas que lhes sejam destinadas. Ou as desempenha mal ou negligencia na sua conclusão ao deixá-las pela metade para atender a algum chamado externo e urgente, deliberadamente engendrado. Por isso é deixado sem obrigação fixa.

Somente não trabalha para o patrão que lhe paga o salário. Porque está sempre em atividade sob as ordens do sindicato e também das associações e cooperativas que representa como primeiro mandatário onde está lotado. Para estas cumpre o honroso papel de representante, onde lhe cabe arregimentar sócios, divulgar chapas eleitorais, convencer eleitores, enaltecer candidatos, acompanhar o cumprimento do voto, etc. Para tanto tem disponível o suporte das grandes representadas, com muito material de propaganda e dinheiro para gastar.

Além de tudo ele é intocável no que tange às punições inscritas nas normas disciplinares. Está sob a proteção da Lei Trabalhista na especialíssima categoria em que se insere.

Ele é o Sindicalista.

Com este rótulo está imune a todas as punições que recaem sobre os simples mortais. E as muitas vantagens de que desfruta estão fora do alcance dos que trabalham. Tem direito a licenças especiais para cumprir afastamentos vários. Faltas consideradas injustificáveis dentro da normalidade, para ele são abonadas rotineiramente. Como intocável que é não lhe assustam ameaças que são comuns aos demais, como transferência à revelia, censuras, perda da comissão – isto, então, está fora de cogitação porque ele não aceita cargos comissionados, pois assim sendo estaria abdicando da liberdade de não trabalhar. Nem com demissão pode ser atingido. Nisto também está acima da Lei comum. Sindicalista não pode ser demitido pelo patrão enquanto a serviço do seu Órgão de Classe, e ele está permanentemente a serviço do seu Sindicato.

Por isso mesmo não pôde ser incluído nas listas dos PDVs e PAIs que atingiram mais de 50.000 pais de famílias, abnegados trabalhadores do Banco, excluídos sumariamente a título de contenção de despesas. Desafio quem me aponte um único sindicalista atingido por um desses “pacotes”.

Também não se explica porque o Banco, tão cioso dos seus ganhos e ávido por suprimir despesas, arca com o prejuízo que lhe é imposto pelo Sindicato, com a manutenção desses funcionários “especiais” no seu quadro de colaboradores, nessas circunstâncias.

Considerando-se apenas um sindicalista em cada uma das mais de 5.000 dependências mantidas, ao custo médio mensal de dois mil reais, isto representa um prejuízo anual superior a 120 milhões de reais. Acrescido do fato inconteste de que há decréscimo da capacidade de trabalho pela imposição da permanência indesejada e perniciosa, causando constrangimento aos que são forçados a conviver com o sindicalista no ambiente de trabalho. Imposição injusta uma vez que desempenham o trabalho dele, sem ganhar mais por isto.

E o sindicalista quer impedir que eu trabalhe – de graça!

Com a palavra, o Banco.

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR) – 06/06/2010.

sábado, 5 de junho de 2010

Abomináveis criaturas!

Caros Colegas.

Não alimento ilusões quanto aos propósitos dos sindicalistas. Nem falo dos que acordaram a tempo de abandonar esse rótulo, pois estes escolheram o caminho certo. Tanto é que não se autodenominam ex-sindicalistas. Simplesmente dizem que já atuaram como tais.

Para mim tanto faz analisar isoladamente integrantes de sindicatos, do PT, do PSTU da Contraf-Cut, da Contec e de umas tantas associações impregnadas dessa escória social, como colocá-los num mesmo saco de gatos. Na hora do vamos ver mudam de lado ou unem-se na defesa dos seus interesses, usando de variados métodos nem sempre elogiáveis e lícitos.

Em se tratando de fazê-los trabalhar, então, nem se fala. São avessos a esse “desperdício” que deve ser desempenhado pelos otários – seus supridores.

Acostumaram-se desde cedo a viver à custa do suor alheio, como o parasita a se alimentar do sangue do hospedeiro; como o carrapato no lombo do boi e também como o anu que cata esses carrapatos tão bem acomodados para servi-los em banquete fácil.

Esperar que algum desses elementos aceite a AAPPREVI é o mesmo que contar com a possibilidade de misturar homogeneamente o azeite com a água.

Por isso faço um apelo aos colegas admiradores desta nascente Entidade. Não se amofinem na tentativa de trazer qualquer desses elementos para o nosso lado. É perda de tempo.

Além do mais, embora discordando dos métodos de “trabalho” e das ultrapassadas idéias, é grande o número dos que mesmo guardando posições opostas cultivam laços de amizade e coleguismo. E, ao tentar a aproximação idealista o máximo que podem conseguir é a quebra do vínculo – a perda da amizade.

Não tentem convencê-los de que representamos o lado bom do associativismo, pois não é isto que eles querem. E isto eles sabem e evitam, senão perdem o cômodo modo de abastecer seus bolsos com o fruto do trabalho fácil, ou de nenhum trabalho. Por isso mesmo nos combatem ao seu modo – com ameaças, ataques verbais, mentiras e muita truculência.

Além do mais eles não nos ignoram. Eles fuçam nosso blog desde seu surgimento. E conhecem como poucos a nossa posição em relação a eles e a tudo a que se dedicam – sua política suja e seus abomináveis métodos usados no trato com seus opostos. Sou testemunha e vítima da truculência, da covardia e da mentira que utilizam com maestria para lidar com quem os denuncia e evita.

Mantenhamos distância dessa praga e roguemos a Deus que nos deixem em paz para trabalhar.

E sigamos em direção ao nosso horizonte limpo e promissor, contando com quem nos aceite como somos e para o que viemos.

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR) – 05/06/2010.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Renda Mensal Inicial - RMI

Caros Colegas.

Nessa Ação RMI não há qualquer parâmetro que se relacione aos cálculos do INSS. Trata-se de reparação às perdas advindas da concessão do benefício da Previ, na data do evento. No corpo da notícia veiculada no Site, afirmando a intenção do ajuizamento da Ação, estão delineados todos os enquadramentos. Basta uma consulta às datas em que cada aposentado/pensionista se insere (posse no Banco e aposentadoria) para dirimir as dúvidas porventura existentes.

Somente aqueles que entraram no Banco e saíram aposentados DENTRO DA VIGÊNCIA DE UM MESMO ESTATUTO da Previ não devem entrar com a Ação. Repetimos que a AAPPREVI não dispõe de tempo para examinar casos de per si pela variedade de datas e mensurável número de consultas, num mesmo sentido. Também, se afigura bastante simples a busca a ser feita individualmente por quem detém a posse dos documentos contendo os prazos respectivos.

Enquanto isso, como nossa Assessoria Jurídica entende que a abrangência de direitos alcança todos que se encaixem nos períodos mencionados (posse e aposentadoria em estatutos diferentes), melhor seria providenciar-se a documentação necessária para remessa com vista à economia de tempo. Vale salientar que a AAPPREVI dará ampla publicidade à data do ajuizamento do 1° lote da Ação RMI, e a qualquer momento o pretenso participante pode pedir sua exclusão do Processo, antes de iniciado.

Além do que, em aqui chegando a documentação, essa merecerá exame criterioso para evitar a inclusão de dados contestáveis em juízo - e a confirmação do recebimento pelo correio é imediata. De se notar, ainda, que o conjunto de documentos sai do centro de triagem, aqui na sede, acondicionado em obediência às normas do Escritório para lhe ser entregue. Ao patrono da causa cabe o enquadramento final, não menos criterioso, para conclusão do processo de acondicionamento. Somente após esses minuciosos exames é providenciado o protocolo no foro próprio. Nós não arriscamos incorrer em riscos quanto ao embasamento jurídico do mérito do pleito, no que tange ao conjunto de documentos aportados.

Cordialmente,

Marcos Cordeiro de Andrade

Presidente Administrativo da AAPPREVI - www.aapprevi.com.br

Marcos Cordeiro de Andrade - Curitiba (PR) – 04/06/2010.