quinta-feira, 1 de outubro de 2020

IDOSO - Descartável no Brasil de hoje

 

  Idoso –Descartável no Brasil de hoje

Marcos Cordeiro de Andrade.

Hoje, dia 1 de outubro, é celebrado o dia do idoso. No entanto eu, sendo um deles, e sem nada a comemorar, me ocupo de reprisar um desabafo que escrevi lá atrás, em 2015.

Alguns fatos narrados estão superados, por conta de personagens mutantes e ofícios modificados, mas o conceito que carrego de como o idoso é visto permanece forte e, enquanto vivo for, estarei aqui denunciando os maus tratos dispensados aos aposentados e pensionistas, idosos todos. Paciência, portanto:

Caros Colegas,

Tratado pelas milenares civilizações orientais como preciosidade patrimonial a ser preservada, o idoso no Brasil é uma classe fadada à extinção por conta da ideologia instalada no governo brasileiro, de plantão há duas décadas. Tido e visado como estorvo às aspirações de domínio de massa em direção ao poder partidário, o idoso tem sido alvo de sistemático sufocamento das possibilidades de subsistência, sem direito à longevidade naturalmente permitida por Deus.

Identificado pelas autoridades governamentais como freio à consecução dos megalômanos projetos dominadores das riquezas do país, os idosos são alvo de política saneadora, como se fora objeto de profilaxia necessária à purificação da população produtiva geradora das riquezas, ora requisitadas para embalar campanhas de distribuição de renda através de conceitos espúrios. Trata-se de um vetor utilizado para solidificar a base da ideologia do menor esforço, para suprir uma casta auto eleita que pratica o enriquecimento ilícito e se dá ao luxo de distribuir dinheiro público para angariar a simpatia dos países que professam a mesma ideologia, e que lhe serão úteis como parceiros do mal. Para essa distribuição ilegal não importam os meios utilizados, seja o desvio de dinheiro público pelo roubo ou pela destinação equivocada dos impostos arrecadados.

Para o sucesso do projeto em curso o idoso não serve aos propósitos visados como, por exemplo, engrossar as passeatas do MST em caminhadas propagandistas. Nem tem utilidade como invasor de imóveis rurais ou urbanos que são tarefas apropriadas ao esforço jovem, nesse caso portanto foices e enxadas distribuídas gratuitamente para uso como arma de guerra, razão por que não lhes dão máquinas e implementos agrícolas. De se notar que nos cortejos assim formados não cabem velhos e velhas debilitados. E estes velhos ficam nas barracas simetricamente erguidas com dinheiro público oriundo dos impostos sindicais e outros, com utilidade para servir de vitrine aos olhos da imprensa – pois todos eles – jovens e idosos – têm onde morar, pois não surgiram do nada de uma hora para outra, mas se articulam transportados em carros e ônibus com custeio do “movimento”. Também os velhos não servem para ocupar imóveis em nome do Movimento dos sem teto, porque não teriam forças para correr no enfrentamento com a força policial destacada para desalojá-los, em encenação programada do uso da força desproporcional de modo a sensibilizar os incautos. Para isto usam-se, principalmente, mulheres e crianças simbolizando a parte fraca de perseguidos pela sociedade. Mulheres, que significam matrizes da produção de futuros guerrilheiros urbanos. E crianças, que são tidas como o amanhã dos movimentos subversivos, entronizadas nesse aprendizado desde cedo.

Não se prestando para esses fins, para eles o idoso teima em viver como um dispendioso fardo para o governo carregar. Entre outros efeitos, ele onera os cofres da previdência social e dos órgãos de saúde pública. À Previdência Oficial porque ela lhe paga benefícios constitucionais pela inatividade, sem importar que houve contribuição particular ao longo de anos regulamentares para fazer jus a isso. E à Saúde Pública, porque sua fragilidade implica em gastos com atendimento médico-hospitalar e aquisição de medicamentos. Havendo entendimento de que esse dinheiro seria “melhor empregado” pelo governo no uso de determinantes outras.

Nesse ponto o “plano” faz uso do seu maior potencial. Encarece deliberadamente os planos de saúde particulares com ênfase para os inaceitáveis enquadramentos das mais elevadas faixas etárias, ao tempo em que libera sucessivos aumentos dos medicamentos destinados à classe. Alie-se a isso a sistemática corrosão do poder aquisitivo com reajustes dos benefícios incompatíveis com a realidade financeira, e teremos implantada a incapacidade de sobrevivência no ataque às doenças comuns à idade, cuja profilaxia é entregue ao descaso como propósito de dificultar a sobrevivência dos atingidos. Gripes, dengue, malária e outras doenças comuns aos idosos não são cuidadas convenientemente. Enquanto que males próprios da criança e da juventude são atacadas exemplarmente, pois eles são o futuro da nação aparelhada.

No que tange ao “restrito” universo dos idosos associados da PREVI e da CASSI, Entidades criadas para arrecadar mensalidades destinadas ao pagamento de aposentadoria e pensões, e cuidados com a saúde dos seus mantenedores complementando os parcos benefícios públicos ao alcance, o “plano” vem sendo usado em sua plenitude aniquiladora. Cuidou o Governo de atrelar essas Entidades ao jugo do poder central através do Banco do Brasil, aparelhando as três Diretorias com nomeações de subservientes e bem pagos prepostos com as suas cores, e que agem com primorosa eficiência no cumprimento das determinações “superiores”. Para tanto, se ocupam de retirar patrocínios, reduzir benefícios e travar o equilíbrio nos reajustes.

Sabendo-se, no entanto, que o bem bolado “plano de extermínio dos idosos” não tem pressa para atingir o objetivo, esmeram-se para que a grande massa envolvida não possa desconfiar do que está sendo alvo. Por isso, o seu aniquilamento segue obedecendo ao silencioso e estratégico “plano” jamais imaginado por qualquer mente insana – que dirá por pessoas normais. E assim, como gado de corte tocado para o matadouro, o idoso do Brasil ordeiramente cumpre o dócil papel que lhe é atribuído – e segue em caravana rumo ao fim indesejado e imerecido. Nesse sentido, permito-me um exercício de ficção macabra que trata de prever desvio no objetivo da vacinação em massa.

Na realidade, o risco de a previsão fictícia realizar-se está fora de alcance porque o número de idosos que se submetem à vacinação maciça ainda está longe do ideal. Mas, quando as estatísticas apontarem percentual próximo aos cem por cento da faixa etária pretendida, nada impede que seja desferido o golpe coletivamente fatal. Basta um “pequeno erro” na composição medicamentosa da vacina a ser inoculada para causar a morte simultânea de milhões de idosos inservíveis para o País deliberadamente aparelhado. Depois, com um pungente pedido de desculpas à humanidade, o erro será explicado como proveniente de falha técnica permitida pelo progresso. E o assunto será pranteado com honra e circunstância – mas os indesejáveis idosos estarão descartados definitivamente, sem maiores despesas futuras para o erário público.

E todos viverão felizes para sempre – menos os VELHOS descartados como praga abjeta.

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR), 06 de junho de 2015 – www.previplano1.com,br

Um comentário:

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Volto à presença da PREVI, agora usando outro e-mail fornecido por um colega, insistindo em abordar o problema do contracheque impresso, buscando fazer sentir aos senhores DIRETORES a minha irresignação, caso esta mensagem chegue ao alcance deles. Até o presente, recebi 2 ou 3 mensagens da Gerência de Atendimento PREVI, instância que NÃO DETÉM AUTONOMIA PARA QUALQUER DECISÃO, obediente que é aos ditames autoritários dos ilustres senhores Diretores, aqueles que, como destacou o colega EDGARDO AMORIM REGO, só se interessam por seus altos proventos (egoísmo), em absoluto descaso com as necessidades de hipossuficientes em informatização, aí incluídas algumas centenas de pensionistas velhinhas idosas que nem computador possuem..A propósito, no dia consagrado ao Idoso, o notável colega MARCOS CORDEIRO DE ANDRADE divulgou artigo de sua autoria, de 2015, no qual destaca o desprezo, além do Governo, também da PREVI e CASSI para com os idosos. E por falar em defensores de nossos direitos, seria oportuno lembrar a postura do nosso recém falecido colega JOSÉ BEZERRA RODRIGUES, defensor intransigente da categoria de funcionários BB, registrando o seu manifesto de 2014, por ocasião da apresentação dos resultados da PREVI no exercício anterior, aqui em Salvador, oportunidade em que, após a leitura, ausentou-se do local, sendo eu um dos presentes que acompanharam o seu protesto/procedimento (ver anexos 1 e 2, além do 3, adiante comentado), cuja anexação a este e-mail só foi possível com a ajuda de um colega e vizinho, vez que, como já declinei antes, não tenho a menor intimidade com os complexos mecanismos da informatização.Só sei ler, retransmitir e escrever. E ponto.Não adianta a Gerência de Atendimento mostrar alternativas inatingíveis para mim e outras limitadas pessoas.
Mas voltando ao tema "holerite impresso", importa notar que o meu inconformismo contra a medida nada tem a ver com eventual pedido de FAVOR ESPECIAL, mas sim o cumprimento de uma OBRIGAÇÃO REGULAMENTAR da PREVI, consoante instruções (anexo 3) que, se não retiradas do site da operadora do Plano de Previdência, permanecem "em ser" porém desobedecidas.
De outra parte, ainda reivindico justificativa plausível para o sofisma da suspensão do contracheque impresso que, infinitamente distante da alegada redução de custos de impressão/postagem, preservação ambiental e alvo de "ensurdecedor silêncio da Diretoria", melhor fariam se explicassem os verdadeiros impactos financeiros com, por exemplo, investimentos na Sete Brasil, Sauípe, questionados altos valores das remunerações de Diretores e, em paralelo, os prejuízos causados aos participantes com a distribuição de R$7,5 bi do BET ao patrocinador, "travestido de participante".
A verdade ´é que, há 3 meses, estou sem o meu holerite, passando a contentar-me com o líquido mostrado em conta-corrente, conforme extrato obtido no TAA e sem conhecimento das verbas tradicionalmente discriminadas nos contracheques. Reafirmo meu ponto de vista com esta abjeta/arbitrária decisão administrativa: "ESTAMOS COMPLETAMENTE DESAMPARADOS E DESRESPEITADOS. Nós, participantes do Plano 1, não podemos aceitar tais devaneios ou atitudes que nos diminuem quando não nos unimos em contraponto a um adversário comum, os ilustres senhores Diretores, cujos objetivos são a NOTORIEDADE E PODER, suas efetivas motivações.
Nós, brasileiros, acabamos nos acostumando a naturalizar certos comportamentos danosos a direitos regulamentares.
Saudações,
Hideljundes Ferreira de FREITAS
Matr.4.191.240-3 e 81 anos de idade
Posse no BB em 26.01.1965.