sexta-feira, 28 de abril de 2023

A vitrine da PREVI

 

A vitrine da PREVI
Marcos Cordeiro de Andrade

A postura adotada pela PREVI ao lidar com a precária realidade financeira dos seus assistidos é vergonhosamente revoltante. Afora os bajuladores de ocasião, não se revela no entorno das notícias do seu site sequer uma manifestação concorde com a intenção apregoada. Ainda mais quando o assunto envolve irregularidades estatutárias visivelmente prejudiciais àqueles que soberanamente ela tem por obrigação defender.

Ao fim e ao cabo, melhor faria o nosso Fundo implementar política de bom senso determinando que se faça minucioso estudo para apurar o que de mal existe, antes que o Judiciário ponha um freio nisso.

No entanto, a PREVI se vale da credibilidade que o site promete para desqualificar toda e qualquer reivindicação visando ajudar os necessitados sob seu manto.

A propósito, não se encontra um único comentário elogioso ao comportamento recorrente no trato do cumprimento do dever. Isto como apregoa aos quatro cantos sempre que instada a alinhar o discurso demagógico. Discurso esse direcionado a um público ávido por conhecer a pujança do patrimônio amealhado à custa dos caraminguás secularmente depositados nos cofres da Instituição.

O Site aparenta possuir dupla finalidade: mostrar roupagem milionária aos olhos da comunidade financeira e/ou servir de televisão de cachorro para os assistidos mal tratados alimentar ilusões. Nessa dubiedade conceitual vai servindo a dois senhores que alimentam seus cofres: o patrocinador, de um lado, e os participantes, do outro.

E essa vitrine enganadora faz vista grossa às necessidades amiúde apresentadas, como se a ela não dissesse respeito. Vez por outra, todavia, se vê impelida a lhes dar atenção. Porém, e infelizmente, para cuidar das feridas expostas ao público as quais se nega a tratar, ao menos com placebos inofensivos. Muito ao contrário, o espaço dedicado aos dependentes espoliados contém o ranço dos prepotentes. A cada suspiro mórbido ameaçando apelar para o judiciário, o que lhes vem via “notícias” é um arrazoado frouxo descaracterizando qualquer vestígio da obviedade denunciada. Aí prevalece a linguagem rude própria de cobradores truculentos. Vale até citações de episódios em que manobras jurídicas impuseram castigo financeiro -lembrados como troféu de guerra onde: “Mais de 4,7 mil assistidos ficaram sujeitos à restituição de valores à Entidade, com juros e correção a depender da decisão, referentes às tutelas antecipadas não confirmadas na sentença. Sem falar nos custos do processo.”  Faltou dizer que, também aí, foram denunciadas irregularidades na aplicação dos encargos financeiros estipulados em Juízo.

Portanto, senhores dirigentes da PREVI, usem as promessas de campanha para lembrar a que vieram. É tempo de implementar medidas para minorar o sofrimento imposto a cerca de 80.000 famílias de assistidos pelo Plano 1. Por favor, façam jus aos ganhos exorbitantes auferidos com o dinheiro suprido por nós, à disposição do patrocinador que avaliza suas manobras de concessão de altos salários.

Aliás, este é um enigma que me faz pensar:

“Não sei se ganham demais porque agradam o patrão, ou agradam o patrão porque ganham demais!”.

Curitiba (PR), 27 de abril de 2023.

Marcos Cordeiro de Andrade

www.previplano1.com.br


8 comentários:

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Infelizmente é inexplicável e injustificável à guisa do quê a AAPPREVI vem insistindo na tese dos "necessitados" sem esboçar qualquer tentativa de informar o perfil e o contingente.
Minimamente, rascunhar o problema, ao invés de soprar ao vento.
A insistência em veicular o tema sem a devida fundamentação parece que visa unicamente propagar e midiar.
Isso sem falar da evidente e descabida interpretação sobre a Previ ser responsável por assistencialismo.
Com o máximo respeito, dirijo-me diretamente ao ilustre e combativo presidente da AAPPREVI, que tanto tem apoiado os interesses do funcionalismo.
Senhor Marcos, essa tese é completamente fora de propósito e a AAPPREVI tem obrigação de saber que qualquer ação da Previ tem a obrigação de proporcionar efeitos equitativos.
Não existe condição de privilegiar qualquer grupo de colegas, por mais aguda que seja a precariedade financeira que possam estar vivenciando.
A Previ não é para isso e a insistência desvirtua e é muito prejudicial.
Não há recurso ocioso e mesmo que houvesse não caberia destinação.
Não é razoável continuar ecoando qualquer hipótese de distribuição maior aos mais idosos sem comprometer o fluxo de pagamentos futuros aos "menos" idosos.
Cada um tem seus direitos e benefícios matematicamente computados e o cômputo geral é o passivo da Previ.
Reclamamos do eventual uso político da Previ mas ainda há o que esperam um uso assistencial.
Nenhum dos dois nos serve.
A finalidade do Plano é previdenciária e aposentado não aufere ganhos reais. Essa é a regra.
Realidade nua e crua.
Com meus máximos respeitos.
JFRezende

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Em sex., 28 de abr. de 2023 19:51, escreveu:
Prezado Rezende.
O açodamento com que vem a público desviar o sentido do que escrevo, no Blog Previ Plano 1, somente posso levar à conta de cruel desejo em empanar o brilho da associação que dirijo. Em sendo assim, julgo oportuno lhe destinar espaço merecidamente conquistado no rol denunciado no corpo do objeto deste seu infeliz comentário:
Tudo porque, em nenhum momento da crítica exposta o nome da AAPPREVI é citado. Nem o texto leva assinatura do seu Presidente. A autoria revelada é creditada à pessoa física Marcos Cordeiro de Andrade – matrícula 6.808.340-8 - participante da PREVI desde 15 de maio de 1962 (há 61 anos, portanto).
Então lhe peço. Por favor, deixe a AAPPREVI em paz.
Respeitoso abraço,
Marcos Cordeiro de Andrade


Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Ainda que desconheça as reivindicações, aqui apreciadas, do Prezado Marcos Cordeiro, como Presidente da AAPPREVI, bastam-me, no entanto, as ponderações abaixo, do Prezado SolonelJr, para também apoiá-las.
Sem nada a acrescentar aos esclarecedores argumentos já manifestados sobre o assunto, chamou-me a atenção, no entanto, a decisiva afirmação "Não há recurso ocioso e mesmo que houvesse não caberia destinação."
Afinal, a PREVI autolimita assim as suas ações?

Seus gestores estariam impedidos de aproveitar ou destinar recurso ocioso, se houvesse?

Se assim for, é algo que nos deve preocupar.
Paulo Lacerda (Rio).

Tereza Fleury disse...

O vídeo da PREVI sobre a Açao de Isonomia das mulheres é vergonhoso.
É o meu sentimento.

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Bom dia MARCOS CORDEIRO,
Meus aplausos pela ótima manifestação. Não podemos admitir que seja feito turismo
com dinheiro da NOSSA PREVI
Saudações

João B. M Barros

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Solonel, considerar-se citado por analogia me parece um pouco de exagero, mas cada um melhor conhece o próprio lugar de voz. Não calço sapatos de ninguém.
Particularmente, no Brasil em que vivemos, não consigo identificar verdadeiramente necessitados entre aqueles que recebem rendimentos Previ + INSS.
Se estão, não o são. Enfrentamentos de cada um.
Aliás, certamente, cada um tem suas próprias acepções sobre necessidades: do sem-teto dependente de crack do Centro de São Paulo, até os empresários da Faria Lima.
Mas, sem filosofar muito e somente indo às praticalidades:
(1) Privilegiar é criar condição adicional não prevista no estatuto -- excepcionalidade --, movida por assunto/situação que não é comum a todos.
(2) A Previ não tem missão de "assistir", a Previ tem a missão de gerenciar investimentos. Os benefícios são definidos no estatuto e seguem uma lógica atuarial em que todos estamos vivendo mais e os recursos precisam ter um alongamento muito bem gerenciado. Pedir atrapalha, pois é um diversionismo. Pedir o que não cabe atrapalha pois gera falsas esperanças para alguns. Pedir requer saber quem vai pagar a conta e quando.
(3) Toda e qualquer economia sempre é bem vinda mas o que realmente nos cabe é definir cortes nas taxas de administração e com isso a Previ suspender as mordomias. Certamente a Previ não se endividará para garantir mordomias. Se proporciona mordomias é porque o dinheiro das taxas da administração proporciona fôlego. Mordomia é consequência. A causa é a folga de recursos da taxa de administração. Essa "folga" nem de perto se mistura com qualquer e eventual folga de recursos do Plano 1. Aliás, as folgas no Plano 1 são controversas. Economizar nas mordomias é profilático, mas nem de perto vai mudar a acumulação do Plano 1. Muda a moralidade, o que é muuuuito importante. Isso precisa ficar muito claro, o dinheiro das mordomias não concorre com o dinheiro dos investimentos. Decorre de uma taxa fixa, a meu ver alta para um plano na fase de utilização de recursos (mais desencaixe do que encaixe).
(4) Tenho repetido aqui sobre ingressar no MP para que apure toda e qualquer irregularidade, inexplicavelmente não encontro eco. Não adianta ingressar sozinho. Precisaria, no mínimo, de abaixo assinado em apoio a uma petição. Pelo menos umas cem adesões e um texto revisado por algum colega com formação em Direito. Se há evidência de balanços maquiados, peço que você mesmo publique e até denuncie.

CONTINUA na 2ª parte...

JFRezende

SRN

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

SOLONEL...

2ª parte...

(5) Já foi mais de uma vez escrito aqui que o repasse ao BB está garantido estatutariamente e que somente dessa forma foi possível pagar o malfadado BET e suspender contribuições. Os eleitos e os sindicatos negociaram isso com o patrocinador. Não foi "a Previ" que fez isso, foram pessoas com CPF. Se foi danoso ao nosso patrimônio, devem ser responsabilizados. De novo, esse discurso precisa ser transformado numa planilha demonstrando fontes e usos devidos ou indevidos.
Existirem ações não forma sentença ou jurisprudência. Gera apenas expectativa. E muito ruído, muuuuuuuito ruído.
(6) Pedir não é crime, talvez insistir no pedido seja... (eu acredito na tal maldição cigana: "cuidado com o que desejas porque pode se realizar"...)
(7) Salário e bônus da diretoria não tem a ver com as obrigações que precisam ser pagas pelo Plano 1 ou Plano Futuro. Sim, são aberrações. Mas não se misturam. Quando digo que cada um tem seus direitos computados matematicamente é para deixar claro que não cabem parcelinhas a mais nessa conta. Certamente não há espaço para trazer o que está computado como uma probabilidade no fluxo de caixa, por exemplo, pagar uma mensalidade a um colega de 90 anos daqui a 10 anos, para os dias de hoje. Quem já recebeu muitas mensalidades sabe da importância da Previ para pavimentar a vida. Os que receberam menos mensalidades têm direito a essa mesma "pavimentação".
(8) A realidade nua e crua é que os aposentados devem fazer ajustes sucessivos em relação à própria capacidade de compra, porque, por definição, o poder de compra será declinante. Acontece mesmo em economias de moeda forte e justiça mais confiável. A Previ nunca teve e nunca terá o condão de reverter a entropia.
(9) Sonhar nunca levou ninguém a lugar nenhum. Precisamos de ativismo. Ao invés de pugnar por coisas de difícil realização, vamos começar pelo que é possível. Mesmo Luther King, que dizia ter um sonho, precisou pôr mãos à obra. Sonho sem realização é apenas um passatempo. Aposentados não podem brincar, nem brigar, com o tempo.
Enfim, eu não milito, eu argumento (cogito ergo sum).
Insisto: manter essa linha de pedidos extraordinários vai acabar nos dividindo mais do que nos unindo.
E aí virão novas eleições sem que tenhamos nos fortalecido. Com certeza, deve ser de propósito.

JFRezende

SRN

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Meu prezado Marcos Cordeiro
Entendo que a grande maioria dos que aqui participam da leitura dos seus textos considera indissociável vossa pessoa e o cargo de presidente da AAPPREVI, portanto sendo um texto personalíssimo a informação precisa constar.
Já deixei claro que não tenho a intenção de combater qualquer associação.
Minha arguição é quanto a ideias sem fundamentação.
Sem fatos e dados, qualquer ideia pode parecer meritória.
O problema é quando a conta chega.
Eu não desvio sentido de nada. Peço que consulte o que os colegas têm depreendido das suas últimas três veiculações.
É como diria Cazuza: ideias não correspondem aos fatos, o tempo não para...
Cruel seria ver colegas pagando no futuro por uma gastança atual.
Nenhum tipo de transferência de renda deixará de ser combatido por mim.
Com meus maiores respeitos
JFRezende