domingo, 9 de novembro de 2014

Manifestação eleitoreira




Marcos Cordeiro de Andrade

Caros Colegas,

Não sou contra manifestações bem fundamentadas, tanto é que já apoiei outras antes. Sou contra essa manifestação na porta da PREVI pelo modo como está sendo articulada em meio a condenáveis intenções camufladas. Sou contra a motivação de quem está por trás disso tudo, como camaleônicos articuladores agindo à distância e disfarçando os verdadeiros propósitos. Sou contra porque foge à finalidade que apregoam enganosamente e somente se presta à formação de chapas para ocupação de cargos na PREVI/CASSI e Associações. Chapas essas nem sempre integradas pelas pessoas certas, dado o modo de imposição de nomes como agora pretendem. E, por fim, sou contra a maneira como pessoas convocadas estão sendo enganadas na sua boa fé, pois desconhecem que o evento é além de tudo desnecessário e improdutivo.

A manifestação pretendida se caracteriza primeiramente pela inutilidade do gesto, posto que deva levar à PREVI um manifesto contendo reivindicações requentadas que, grosso modo, não cabe à Direção do Fundo atender tempestivamente. Nem que o quisesse. Em segundo lugar porque serve aos aproveitadores que fazem propaganda política em benefício próprio, à custa dos engajados no movimento.

No primeiro caso verifica-se que alguns dos pedidos a serem apresentados devam ser dirigidos a outras instâncias como PREVIC, Ministério Público, Congresso Nacional e Judiciário. Além do que as Associações de Aposentados e Pensionistas do nosso meio, e sua Federação, devessem ser chamadas a amparar os argumentos. Nesse contexto, cabe à PREVI ocupar o último lugar na cadeia de Instituições a serem procuradas, mesmo porque a ela não interessa resolver determinadas questões apresentadas por ferir seus interesses e os do patrocinador que, no fundo, manda nos dirigentes visados para o atendimento. Por fim, e principalmente, manuscritos da espécie não precisam necessariamente ser entregues “em mãos” ao amparo de incautos batedores barulhentos.

Mesmo que se desse crédito às intenções apregoadas, das duas, uma: ou os organizadores desconhecem os regulamentos do Fundo, ou pararam no tempo das diligências ignorando que, depois disso, surgiram outros meios de comunicação mais eficientes, como o telégrafo sem fio, os estafetas, Correios, Cartórios de Títulos e Documentos, Notificações Judiciais e a Internet – a mãe da comunicação virtual.

Por outro lado, as reivindicações atuais são as mesmas da última “Manifestação na porta da PREVI”, onde os que se postaram à frente dos manifestantes e subiram para a rodada de cafezinho e água gelada desceram com a promessa de que “a PREVI vai estudar o assunto”. Acresce o fato de que eles deram essa alvissareira notícia não mais na condição de números a integrar a massa, mas como líderes autoproclamados em razão do que formaram chapa indicando seus nomes à Direção da PREVI. E foram eleitos. A prova disso está nas fotografias – da manifestação, da campanha eleitoral e da posse.

Ocorre que nenhuma das reivindicações foi atendida, apesar da promessa dos antigos dirigentes. Repetindo a dose, a manifestação do dia 24/11 pretende pedir exatamente o mesmo da anterior quando a nata dos manifestantes, líderes de ontem e eleitos dirigentes de hoje, prometeram na campanha da sua chapa fazer tudo que pediram na rodada do cafezinho (páginas 16 e 17 da Revista PREVI nº 177) e nada fizeram depois da posse ocorrida há cinco meses, em 02/06/14. Nem estão preocupados com a manifestação presente por não servir mais aos seus propósitos. Sequer tocam no assunto. Tomaram chá de sumiço e estão na encolha.

Por que será? Porque reza a cartilha do empregado que peitar o patrão dá demissão e o prejuízo será grande no caso presente (rendimentos mensais da ordem de 50.000 reais mais o bônus de 500.000 que ajudaram a aprovar depois de investidos nos cargos). Também porque novas eleições virão para eleger os líderes que surgirão desses eventos, seja do lado dos participantes ou do lado dos mandantes - ou organizadores. 

Na última manifestação havida na frente do palácio do Mourisco compareceram TRÊS donos de blogs valendo-se dessa fórmula mágica para se eleger no pleito da PREVI. E foram bem sucedidos – todos se elegeram. Essa ferramenta mostrou-se tão eficaz que despertou interesse incomum no seio da comunidade de competentes aventureiros. Tanto é que quem nessa escala não tinha blog correu a fundar um. E agora se valem deles para chafurdar nesse campo de batalha, ávidos por sinecuras bem remuneradas escondidas no rótulo de cargos. Pior de tudo é que as conseguirão, enquanto houver bucha de canhão disponível no “mercado”.

E para tanto não há melhor lugar para assestar peças de artilharia do que um palanque armado na frente da PREVI, quando ali conseguem enfileirar os que se prestam a municiar voluntariamente as armas dos aproveitadores – apesar dos alertas desta sentinela.

Façam um teste para constatar a repetição dos fatos. Anotem os nomes dos “líderes” e dos ferrenhos defensores da convocação atual e junte-os aos dos donos de blogs dedicados aos nossos assuntos. Depois, na próxima eleição, confrontem esses nomes com os das chapas e encontrarão lá quase todos.

Atenciosamente,
Marcos Cordeiro de Andrade
Matrícula nº 6.808.340-8
Associado da PREVI desde 15/05/1962.

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR), 09 de novembro de 2014. www.previplano1.com.br

5 comentários:

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Do Facebook:

Marisa Moreira mencionou você em um comentário.

Marisa escreveu: "Boa Noite Marcos Cordeiro De Andrade !!! Excelente colocação. Eu participei da ultima e não participo mais de nenhuma. Vale ressaltar que a presença de colegas interessados. Mas e um fiasco. Mais de 3000 convocados, mas de 500 presenças confirmadas aqui no face e nem 150 participantes. Totalmente eleitoreiro. Tenho que a minha e a de muitos colegas, estamos sempre depositando nossas esperanças nesta associação que conduzes, mesmo que ainda tão criança, faz, realiza e cumpre o que se propos com total sensatez. Salve a AAPPREVI !!!!!"

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Caro Marcos,


Parabéns pelo seu texto. Melhor, impossível!


Abraços,
Norton

Marcos Cordeiro de Andrade disse...


Leia no Blog do Ed:

312. A CONTESTAÇÃO da PREVIC à ACP - VIII (continuação)

Por Edgardo Rego

http://blogdoedear.blogspot.com.br/

Marcos Cordeiro de Andrade disse...


Amigos,


Estou de pleno acordo com Solonel Jr. e Marcos Cordeiro, a quem hipoteco minha solidariedade.


Abraços


Raimundo
Londrina PR


Em 10 de novembro de 2014 00:11, Solonel Drumond Jr soloneljr@msn.com [REDE-SOS] escreveu:



Marcos,


estou de pleno acordo com suas afirmações. Da minha parte deixei de dar IBOPE a estes blogs mais ou menops pelos motivos que você alinhou.


Sou realmente contra esta manifestação que parece ter sido pensada não pra acontecer, mas pra ter sido uma ideia de "A" ou de "B", que portanto, merecem ser eleitos.

Ou será que alguém, de são consciência ou honestamente acredita que algum colega tem reservas financeiras suficientes para, sem sentir o peso, arcar com uma viagem de Belém, de Manaus, Rio Branco, Salvador, etc... pra participar junto com uma meia dúzia de colegas do Rio de janeiro que não tenham aceito ir almoçar na AAFBB?


Mais uma vez, creio que estejam batendo nas portas erradas. Quer chamar a atenção da mídia? Aproveita o quadro novo do Fantástico e pergunta aonde está o dinheiro que estava lá. Quem sabe?


O certo é que aos poucos estou perdendo a vontade e o tesão de gritar. Quem ouve é muito mais esperto do que eu ou não pode fazer mais do que está fazendo. Este é o problema. mas vamos em frente.


Um abraço


SolonelJr

Marcos Cordeiro de Andrade disse...


12/11/2014
Superior Tribunal de Justiça ainda dá troca de benefício
Thâmara Kaoru
do Agora

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) ainda garante a troca de benefício aos aposentados que continuam trabalhando, mesmo após o STF (Supremo Tribunal Federal) começar a julgar o tema, no início de outubro.
Em seis processos pesquisados pela reportagem, que foram julgados a partir de outubro, a garantia à desaposentação foi unânime.
Em uma das ações, a ministra e relatora do caso, Assusete Magalhães, explicou que o fato de o Supremo julgar a repercussão geral do tema (ou seja, o que for decidido valerá para todo o país) não significa que a ação precise ficar suspensa.
Assim, os processos continuam sendo julgados.
Fonte: Jornal Agora S. Paulo.