sábado, 22 de setembro de 2012

Somos diferentes



Solonel Jr.

"Somos diferentes." Realmente, somos diferentes. Aceitamos as mentiras dos dirigentes da CASSI e da PREVI. Elegemos mentirosos para dirigirem a CASSI e a PREVI. E deixamos escapar uma “diferença” que já houve.

Quando entramos no Banco do Brasil, nós, os ora aposentados e muitos dos que ainda se encontram na ativa, tínhamos um plano de saúde realmente diferente.

A bem da verdade, nem deveríamos chamar de “plano de Saúde”, pois tínhamos na verdade uma “assistência à Saúde”.

Mas alguns iluminados colegas, com poder de mando, mandaram ver. Desconstruíram a CASSI (e também a PREVI) de antigamente, e isso com o auxílio de gente lá posta por nós, na esperança e na certeza de bem nos representar.

Só na PREVI, de tantos superávits abocanhados pelo patrão, foi agora reconhecido nosso direito de calculo de acordo com as regras da posse, e não da aposentadoria.

E o que significa isso? Ora, estou aposentado há exatos 125 meses. A cada mês recebo, segundo calculo de um perito, uma diferença a menor de R$ 1.700,00 em números redondos (para baixo).

Isso significa “apenas” uma dívida de PREVI para comigo de algo em torno de R$ 212.500,00. Sem correção. Só para ilustrar.

Agora pensem em quantos colegas aposentaram desde 1997 pra cá, por exemplo. E em quanto isso representa.

Será que ainda haverá superávit? Quem será responsabilizado quanto a isso? Sobre quem deverá haver uma ação de retorno?

Meu alerta é no sentido de que, se demoramos a cobrar o que é nosso, ouviremos da justiça o mesmo dito em relação à equiparação do BACEN: isto é impagável.

Acabo de chegar do consultório de um urologista aqui em São Luís. Consulta conseguida através da CASSI local, pois nenhum aceita mais. Sábado, 7.30 da manhã. A atendente, com um belo sorriso nos lábios me informou assim que eu me apresentei, orgulhoso, com a carteira da CASSI na mão - NÓS JÁ AVISAMOS QUE NÃO ACEITAMOS MAS A CASSI.

E agora? como bem disse Drummond, nos versos abaixo: e agora José?

A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José?

Estás sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, já não pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode, a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José?

E agora, José? Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum, sua biblioteca, sua lavra de ouro, seu terno de vidro, sua incoerência, seu ódio - e agora?

Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. José, e agora?
Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse... Mas você não morre, você é duro, José!
Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem teogonia, sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto que fuja a galope, você marcha, José!

José, para onde?

De outro Drumond, mas com um "M" só.

Aliás, Solonel Jr

Solonel Campos Drumond Júnior é associado da AAPPREVI
Obs. do Blog: A ação RMI da AAPPREVI vem acumulando despachos favoráveis sucessivos. Acessem o site www.aapprevi.com.br e leiam a Revista Direitos, da AAPPREVI:

3 comentários:

Teteu disse...

Colegas,

Este texto veio bem a calhar pra nós aposentados recentemente (aposentei em 2007). Vamos procurar nossos DIREITOS na Justiça.

Obrigado.
ZE LUIZ/ TETEU

sss disse...

Texto maravilhoso, realidade nua e crua, a nossa realidade. Até eu me atrevo a perguntar, e agora???????

Julita disse...

Parabéns, Sr Marcos! O senhor nos surpreende cada dia mais com seus textos! Textos verdadeiros!
Um belissimo final de semana!