quinta-feira, 24 de julho de 2014

Eu acuso e cobro



Marcos Cordeiro de Andrade

Caros Colegas,

Já nem sei que coisas tentar. Ou se devo tentar alguma coisa. Há dois dias estou a matutar sobre o que se passa na PREVI. E não atento para o que possa ser feito na busca de conserto para o mal feito lá dentro. Mais uma vez o maldito dinheiro, ou a falta dele, provoca intranquilidade no seio da família de aposentados e pensionistas vindos do BB. Pois, além de nos tirarem a quarta parte do que recebíamos até dezembro, nos enfiaram goela adentro um placebo como se fora o remédio das sete curas.

Como acontece todo ano, ano após ano, nos fizeram acreditar que os males que afligiam nossos bolsos receberiam saneador tratamento de choque através do Empréstimo Simples. E mais uma vez nos iludimos com a lábia com que pedintes eminentes trataram do assunto nos Blogs. Seus e dos outros. Fazendo crer que seus discursos distribuídos em funil direcionado à toda poderosa Diretoria de Seguridade nos traria alívio financeiro. E mais uma vez ficou comprovado que nada pode modificar a fria interpretação das normas incrustadas em corações de pedra, protegidos pelas muralhas do Mourisco para bem servir aos patrões que lhes pagam, e pagam bem, para o desempenho do trabalho sujo que é desservir aposentados e pensionistas dependentes da PREVI.

Antes, em ocasiões assim, em que nos ludibriavam em nome do cumprimento do dever, em arroubos ameaçadores entoávamos slogans esperançosos, tipo: Vamos nos vingar nas urnas; Vamos mudar o estatuto; Vamos eleger gente nossa. E coisa e tal. E agora, depois da vingança nas urnas o que aconteceu? Não mudamos o estatuto, nem o faremos embora tenhamos elegido “gente nossa”. Não mudamos nem mudou absolutamente nada. Tudo porque os eleitos “descobriram” que existe um termo de compromisso a ser assinado na posse que tolhe seus movimentos libertadores. O que os iguala a todos os demais, inclusive os nomeados pelo patrão. Enfim, em lá chegando tornam-se farinha do mesmo saco. Somente não dá para engolir que isso não fosse sabido, até porque entre eles há quem já tenha passado pela provação. E essa subserviência nivelada pelo dinheiro que recebem do patrão, seja a que título for, os obriga a fazer o que ele determinar, pois quem compra é dono e quem paga manda. Se já sabiam disso por que prometeram mundos e fundos na propaganda de campanha?

Embora não aceitável, por imoral, é compreensível que assim seja. E que seja assim para entendermos que esse quadro não pode mudar quaisquer que sejam os eleitos. Está comprovado. Parece até que, ao invés de indicarmos quem nos represente e defenda, com nosso voto damos emprego a quem dele queira fazer uso nos virando as costas para servir incondicionalmente ao novo patrão. Que tem nome marcante e sintomático: PATROCINADOR.

Mas já tem batata assando. Eis o que pincei na Rede ontem:

“E os colegas que foram eleitos? Será que nos defenderão? Ou, depois de entronizados, já se esqueceram de nós, simples mortais. Eu não votei na chapa deles, mas como participante do fundo tenho direito de cobrar. Acho que eles não vão fazer nada por nós. Vamos continuar lutando sozinhos e nos debatendo nesse mar de impropriedades.”

Vamos continuar tentando. Quem sabe os “eleitos”, num frêmito de amor próprio ferido não se rebelam e mudam de postura? Quem sabe não se condoam com a situação humilhante em que o novo ES nos colocou e, num surto de loucura benfazeja, resolvam agir? Quem sabe não se lembrem das promessas de campanha e mostrem seu lado humano? Quem sabe não se unam em pacto de rebeldia e passem a defender aqueles que lhes deram o posto - e os ganhos? Quem sabe não exijam tratamento digno para os aposentados e pensionistas que juraram defender? Quem sabe mostrem que têm caráter e que podemos voltar a acreditar neles?

E, depois de tudo, imponham o peso do seu voto no Conselho e exijam reformulação desse malfadado realinhamento em termos suportáveis para nós todos, de modo que o desconforto financeiro seja minorado. E a miséria estampada nos contracheques seja tratada. E que aposentados e pensionistas voltem a ter comida na mesa. E um pouco de sossego em suas vidas calejadas do sofrimento imposto pelo descaso da PREVI.

Quem sabe?!

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR), 24/07/2013. www.previplano1.com.br

10 comentários:

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

24/07/2014

Comissão aprova aumento maior para aposentados


Clayton Castelani e Thâmara Kaoru
do Agora

Uma proposta que poderá garantir aumentos maiores aos aposentados ganhou força em Brasília.

Aprovado pela CAS (Comissão de Assuntos Sociais), um projeto de lei do Senado pretende dar reajuste acima da inflação para aposentados que recebem um benefício maior do que o salário mínimo.

O reajuste aprovado considera a inflação do ano anterior mais o crescimento dos salários dos trabalhadores, informado na Gfip (guia de recolhimento do FGTS e Previdência) do penúltimo ano.

Na prática, se já valesse neste ano, os aposentados que ganham salários maiores que o piso nacional teriam conquistado um reajuste de 9,43%.

Esse seria o resultado do aumento de 5,56%, que foi o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 2013, mais 3,87%, que foi o crescimento real dos salários em dezembro de 2012, em comparação com 2011.

Neste ano, porém, os aposentados só tiveram a correção da inflação, de 5,56%.
Fonte: Jornal Agora S. Paulo.

Marcos Cordeiro de Andrade disse...


De Solonel Jr.

Meus amigos, da mesma forma como acredito em Papai Noel, Saci Pererê, ex-bicha, político honesto e por aí vai, acredito neste tal documento que os eleitos são obrigados a assinar quando tomam posse na PREVI.


Se de fato existe, não os obriga a defenderem pontos contrários aos associados(assistidos p$%%@ nenhuma) em defesa do patrocinador. Até por que, se assim fosse, seria uma cláusula leonina, e portanto, sem valor na justiça.


Pra mim, isso não passa de uma excelente invenção de alguém de dentro pra justificar seus atos (ou a ausência deles) E ASSIM CONTINUAREM A RECEBER AS BENESSES DO PATRÃO.


SolonelJr

Marcos Cordeiro de Andrade disse...


Prezado Solonel.

Se me permitir, gostaria de divulgar isso nos grupos. Também não acredito em documento que impeça as pessoas de dizerem a verdade ou de prestar informações não estratégicas, de interesse dos participantes.

Entre tais, uma poderia ser passada: a minuta dessa carta de compromisso.

Abraços.

Milton

Marcos Cordeiro de Andrade disse...


Milton, fique inteiramente à vontade. Pode divulgar, pois isso representa meu pensamento e minha convicção.


SolonelJr

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Recebido de Luiz Humberto Lourenço Costa:

Caros Colegas,


Acabei de ler o anexo, contendo o desabafo do colega Marcos Cordeiro.


Mesmo concordando com as suas colocações e sendo um completo leigo em termos de conhecimento da legislação que rege todo o sistema de nossa PREVI, não quero acreditar que aqueles que lá chegam para nos representar, se proponham a agir deliberadamente contra seus pares, simplesmente por força de "pressão", mas em razão de uma legislação e regras de atuação, como todas aquelas já vividas por nós, quando na ativa, por força de normativos, instruções, normas de conduta e ética profissional.

Somos culpados, também, de ver as coisas chegarem ao ponto em que se encontram. Há quanto tempo estamos permitindo que o Governo, com sua ingerência prepotente, exercendo sua influência sobre as decisões no BB, que mandam e desmandam na nossa Caixa, principalmente com alteração nos estatutos, impondo seu poder de mando, vetando o que lhe interessa e impondo o que necessita. O voto de minerva, nesse caso, sempre nos foi desfavorável em praticamente todas as situações e deveríamos ter nos rebelado à época, quando todos já anteviam o que poderia advir a partir daí.


Reflitamos um pouco! Nossa situação hoje se mostra de tal forma, não pela simples condição do empréstimo simples - ES, e muito mais pela defasagem real de nossos benefícios que vêm ao longo de anos, mesmo quando ainda assalariados da ativa, sendo sistematicamente defasados pela inflação ao longo de décadas. Nunca tivemos uma recomposição de nosso poder de compra. Sempre nos vimos contingenciados a experimentar perdas e a aceitar, na expectativa de que um dia, tal situação viesse a se reverter. Agora, com a nossa idade avançada, quando pela ordem natural das coisas passamos a necessitar de maiores recursos para arcar com esses crescentes custos, seja de medicamentos e até mesmo uma alimentação diferenciada, é que percebemos com maior intensidade, a falta que os reajustes do passado estão nos impondo de maneira crescente.


Acredito que, de forma generalizada, o grau de endividamento de praticamente todos os aposentados seja grande. O ES é um exemplo. Assim como a outros, me atinge, na medida em que me vejo impedido de renova-lo por falta de margem consignável. Isso não mudou ao longo de anos em que dele nos servimos. Sempre o tivemos como um companheiro e toda vês em que havia uma possibilidade de renová-lo, o fazíamos, aumentando em consequência, nosso endividamento. Se o estávamos renovando, jamais nos questionávamos sobre em que condições? quais as taxas? sobre que valor? acrescido de juros? correção? Simplesmente queríamos renovar, era mais dinheiro em nossas mãos e nos dava folga temporária. Valeu a pena?


Me desculpem se pareço carrasco de nos mesmos. Entendo que a PREVI não é a única culpada por nossa situação. Com certeza temos lá dentro muita coisa que precisa, merece e deva ser esclarecida de forma a traduzir-se em maior transparência. Disso ninguém duvida.


Em raras oportunidades me manifestei aqui na rede. Sou um observador e vejo muitos comentários totalmente infundados e/ou desprovidos de bases sólidas. Refuto como, de extrema importância manter em bom nível nossas colocações, sempre no firme propósito de contribuir de alguma forma, para o atingimento de nossos objetivos maiores.


Luiz Humberto

Marcos Cordeiro de Andrade disse...


Caro Marcos, tudo bem?
Estou vendo sua luta em favor dos funcionários aposentados e acho louvável. Parabéns pelo seu trabalho!
Quanto a recente eleição na Previ, qual a chapa vc apoiou? Acho que as pessoas se deixaram iludir porq quiseram, veja só quem compunha a chapa 3: Cecília Garcez, uma pessoa que não tem credibilidade alguma, já estava provado que ela era a maior vendida que a gente conhece!!!!!Marcel, o maior mentiroso que a gente já conhecia!!!!!
Tentamos alertar os colegas que a pior chapa que concorria a essa eleição era a de número 4 e em seguida vinha a de número 3 e que tinha muita gente boa na chapa 2. Pois bem, a resposta dada nas urnas foi a que foi. E agora, choram todos, porq como era sabido, aquele povo que foi eleito não vai fazer nada por nós; mentira, vai sim, até já fez. Aumentaram o valor do ES, cujo qual ninguém tem margem consignável para renovar!!!!
É um deboche mesmo, vc não acha?
Um grande abraço. Mais uma vez parabéns pelo seu trabalho.
Santina

Marcos Cordeiro de Andrade disse...


Prezado Luiz Humberto.

Com todo respeito aos seus demais argumentos e, também aos colegas que, na necessidade, me parece que não têm muito a escolher, concordo inteiramente com a sua afirmativa a respeito da nossa questão salarial. Penso que se nossos benefícios tivessem um reajuste decente, não teríamos superávits a distribuir, não teríamos problemas para continuar contribuindo, não precisaríamos de BET e nem de empréstimos. E, de quebra, a CASSI teria uma melhor receita.

Quando digo que temos que centrar aí os nosso foco reivindicatório, alguns dizem que é impossível, outros que estou dispersando esforços.

De qualquer forma, não custaria à PREVI melhorar as condições para quem quer o empréstimo - embora daqui um ano, certamente, estaremos repetindo a mesma discussão.

Abração.

Milton

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

25/07/2014

Decisão da poupança sairá só após as eleições


Folha de S.Paulo

O julgamento dos planos econômicos no STF (Supremo Tribunal Federal), com potencial impacto bilionário para os bancos brasileiros, ficará para depois das eleições.

A avaliação é de partes envolvidas no caso, que consideram improvável que o relator de um dos principais processos, o futuro presidente do STF, Ricardo Lewandowski, coloque o caso polêmico em pauta em tempos de campanha eleitoral.

O julgamento do processo começou em novembro de 2013. Foi suspenso, retomado em maio e suspenso de novo , a pedido da AGU (Advocacia-Geral da União), do Banco Central e dos bancos, que solicitaram novas contas do lucro dos bancos.

Parecer da Procuradoria-Geral da República indicava que os bancos tiveram ganhos de R$ 441,7 bilhões com a aplicação dos recursos dos poupadores, e que poderiam fazer frente, com folga, aos custos de um processo favorável aos poupadores.
Fonte: Jornal Agora S. Paulo.

Blog do Ed disse...

Prezado amigo Marcos
Não sabia. Achava que deveria haver compromisso de sigilo por parte dos diretores da PREVI. O novo diretor Carvalho fez declaração afirmando que o assinou. Passei a admitir que esse compromisso existe. Acho que alguns dos que se candidataram a gestores da PREVI, raciocinaram mais ou menos assim: qualquer um que se eleger para gestor da PREVI passará a perceber alta e rara remuneração e submeter-se-á aos critérios de corretas decisões do Patrocinador, em última análise, então, por que não eu, desde que pelo menos tente submeter-me aos termos da Lei: guiar-me pelo interesse dos Participantes? Da minha parte, por isso mesmo, votei, na eleição anterior e nesta última, em pessoas que, pelos menos, me pareciam, estavam dispostas a renunciar ao mandato, caso os interesses legais dos Participantes não lhes parecessem estar atendidos. Os meus candidatos perderam.
Edgardo Amorim Rego

Marcos Cordeiro de Andrade disse...


De Aristophanes Pereira:
Prezado Marcos.

A propósito da sua postagem (Eu acuso e cobro), bastante oportuna e pertinente, gostaria de considerar alguns aspectos atrelados a esse episódio do EMPRÉSTIMO SIMPLES.
Desde quando se anunciou e ficou patente o fim da moratória e a retomada do pagamento das prestações mensais do ES, os blogs mais frequentados, inclusive com titulares pertencentes à chapa recém-eleita, deram guarida a uma enxurrada de comentários que, de um lado, traziam os relatos tristes de agruras pessoais; formatações – elaboradas ou simplórias – com sugestões de empréstimos alternativos, bem como incontroláveis desaforos contra supostos algozes. De outro lado, se construiu e se relatou um cenário de adversidades, para o exercício das atividades dos novos membros eleitos, retratando uma impotência (não gosto desta palavra) insuperável, para a conquista de soluções distintas, que pudessem minimizar as insensíveis formulações do “núcleo duro” da Previ.
Quanto ao primeiro lado, basta reler o petitório divulgado e comparar com o que a Previ, efetivamente, fez, para entendermos, pela enésima vez, que a instituição Previ só faz o que entende fazer. PT saudações! E, quando quer, o faz, escolhendo a mais perversa solução, acompanhada de cínica e hipócrita mensagem, que ressalva “estar sensível aos reclamos de seus assistidos”. No caso, agora, manteve por seis meses uma moratória claudicante e terrorista; retomou a cobrança integral; abriu uma margem ridícula, somente para recuperar, integralmente, o que deixou de cobrar e, nos casos mais generosos, deu um troco inexpressivo. Enalteceu a extensão de alguns prazos do famigerado escalonamento-170 e, de picuinha, fixou o limite em 145 mil, quando seria natural e, até, aritmeticamente mais charmoso arredonda-lo em 150. Mas, não. Fez como queria fazer e pronto! Milhares, que sofreram um profundo corte (+/-25%) em seus já corroídos proventos, são tachados, ainda, de devedores afoitos, descuidados e imprevidentes e muitos amargam a impossibilidade de sequer puderem renovar seus empréstimos...
Mesmo no desespero, não adianta apelar para remendos localizados, do tipo “tira isso, bota aquilo”. Temos uma perda real de benefícios, agravada por reajustamentos calculados com base em índices descasados de nossa realidade inflacionária e, ainda, manipulados pela errática política econômica do Governo Dilma. Política essa que está tendendo para um futuro ainda mais sombrio, pelos distúrbios nos preços, no câmbio, nos juros, no balanço de pagamentos, na bolsa e no fluxo de investimentos: será o 2015 NEGRO! E nois ó...
Quanto ao segundo lado, parece-me excessivamente cautelosa a aceitação, educada e disciplinada, da “solução oficial Previ”, por parte dos novos eleitos, com “ânimo revolucionário”! Falou-se que foi ingente a luta que se travou, nos balcões da Diretoria, para se chegar àquela solução do ES. Não sei quais eram as outras fórmulas(ainda mais perversas) da Diretoria de Seguridade. Se eram piores do que a que foi, ao final, conquistada...Deus nos acuda!!!

Continua na PARTE II